Cá em casa, desde muito cedo, tentamos educar os nossos filhos para não valorizarem excessivamente o material. Não queremos que desprezem os bens ou que achem que não têm importância — claro que têm —, mas acreditamos que não devem ser o centro da vida nem da felicidade. Não queremos que associem valor ao preço de um brinquedo, à marca de uma roupa ou à quantidade de coisas que têm. Em vez disso, procuramos cultivar neles o apreço por bons momentos, boas experiências, (...)
A minha filha mais velha, a Lara, tem agora 11 anos. Boa parte dos seus amigos e colegas da escola já estão, provavelmente, a entrar na adolescência. Começam a ter comportamentos diferentes, a ficar menos crianças, e passam a interessar-se por coisas mais próprias dessa nova fase. Curiosamente, lembro-me bem de passar por esse momento, embora de forma um pouco diferente. Entrei na escola muito cedo, com 5 anos, mas tive um desenvolvimento perfeitamente normal — apenas um pouco (...)
As aulas já terminaram há algumas semanas, mas o Eduardo continua a ir todos os dias para a escola. Durante o verão, o espaço transforma-se quase num ATL de férias, com atividades divertidas, passeios, idas à praia, piqueniques, piscina... E, claro, há também dias mais tranquilos, em que ficam mesmo por lá, na escola. Foi precisamente nesses dias que o Eduardo começou a mostrar interesse por algo inesperado e muito bonito: levar jogos de tabuleiro para se entreter com os amigos. (...)
Apesar de ter estudado Comunicação Social — e talvez por isso mesmo — há muitos anos que deixei de ver notícias de forma assídua, sobretudo na televisão. Quando quero manter-me informada (e a verdade é que tento fazê-lo todos os dias), recorro a meios escritos, normalmente jornais online. Também sigo alguns podcasts, que considero mais sérios e ponderados. Sempre que posso, tento olhar para os vários lados de uma questão. Ouço vozes diferentes, especialmente quando se (...)
Na minha mais recente viagem de avião, fiquei sentada num dos lugares do meio. Tinha um senhor do lado da janela e uma rapariga — acho que francesa, talvez — na coxia. Foi uma viagem de duas horas e pouco, e eu achei que talvez não precisasse de ir à casa de banho durante o voo. Bebi alguma água, nada de especial, e estava mais ou menos confortável… até cerca de meia hora antes do voo terminar. O que é que se passa? Como eu não tinha muita vontade de ir à casa de banho (...)
Vivemos num tempo em que a informação chega até nós de todos os lados, a toda a hora. Notícias, opiniões, teorias, factos, falsidades — tudo se mistura numa torrente difícil de controlar. Nunca tivemos tanto acesso à informação… e, paradoxalmente, nunca foi tão difícil saber em que confiar. Hoje, qualquer pessoa pode publicar conteúdos e fazê-los chegar a um público vasto — seja através das redes sociais, de blogs, de newsletters ou de simples partilhas em grupos de (...)
Cresci sem outras crianças por perto, mas rodeada de campo, flores, uma horta grande e até um pequeno pomar. Passava muito tempo a observar as flores e as suas alterações ao longo do dia, das semanas e dos meses. Observava, intrigada, as que se abriam de dia e se fechavam durante a noite. Gostava de ver os botões a dar origem a flores de todas as cores. Adorava o cheiro das cravinas e das rosas, mas encontrava no perfume dos junquilhos amarelos e brancos uma magia transcendente. À (...)
A minha mente está constantemente povoada por uma série de narrativas, mais ou menos com vida própria. Às vezes, paro um pouco para as analisar e refletir sobre as memórias mais vívidas que tenho. Sabem, aquelas que nos permitem sentir o perfume dos sítios, a textura dos tecidos e até o calor de um dia de sol. Sinto que não tenho escolha quanto a estes pensamentos, mas a verdade é que — tenha ou não escolha — gosto deles. Habituei-me a eles e, se não os posso evitar, (...)
Tenho para mim que, sempre que saímos de casa — mesmo que seja só para uma caminhada tranquila pela vizinhança — há sempre a possibilidade de algo inesperado acontecer. Não precisa de ser extraordinário. Basta ser... estranho o suficiente para nos arrancar da rotina. Hoje foi um desses dias. Não aconteceu nada digno de capa de jornal, nada verdadeiramente espetacular. Mas o efeito psicológico foi bem real — daqueles que só se desfaz quando percebemos que, afinal, não era (...)
Com o meu trabalho, há fases em que passo longas horas em aeroportos — por vezes, dias inteiros. Embora adore viajar, uma das coisas que menos aprecio é a comida que se encontra por lá: cara e muitas vezes sem qualidade. Por isso, gosto de me preparar com antecedência e levar comigo alguns snacks caseiros, práticos e saudáveis. Uma das minhas soluções preferidas são estas bolachas de noz, que encontrei algures na Internet, e hoje partilho convosco. São super simples de fazer (...)