Basta deixá-la usar a criatividade. Deixei a Lara na cozinha durante uns minutos e, quando regressei, estava a fazer uma torre de lápis de cor. Às vezes o melhor que fazemos é deixá-los brincar como bem entendem (dentro dos limites que consideramos razoáveis). No útimo fim-de-semana, por exemplo, deixei-a brincar numa poça de lama num parque a que fomos. Ela aproveitou a lama e algumas pedras para fazer um castelo. Sujou-se toda, mas divertiu-se muito. A roupa... lava-se.
O consumismo causa-me uma certa aflição. Não foi sempre assim. Tive os meus momentos de consumidora de roupa e sapatos. Ainda hoje tenho os meus vícios consumistas: caixas de plástico, vídeos do Youtube (daqueles que ensinam alguma coisa, de preferência) e lápis de cor. Tenho lápis de cor para 20 anos, calculo. Mas, por alguma razão, associo sempre o consumismo a uma certa inquietude mental, a um certo desassossego. Em relação às crianças associo o consumismo a uma falta (...)
A Lara está sempre a fazer coisas para nos oferecer. No outro dia ofereceu-me um pinguim de papel, uma espécie de origami matrioska de onde iam saindo pinguins de papel mais pequenos. Acho incrível como uma miúda de 8 anos tem a capacidade de nos fazer tão felizes!
Esta semana fiquei sozinha com os miúdos por quatro dias, o que me deixa sempre um pouco stressada. Normalmente estamos sempre juntos e eu e o Milton repartimos todas as tarefas entre nós. Estar sozinha com eles implica ter de tratar de tudo sozinha: gerir as emoções e potenciais conflitos entre eles, tratar dos lanches, das refeições, da roupa, dos banhos e de tudo o que envolve a rotina de 3 crianças. Obviamente que existem imensas pessoas que estão acostumadas a tratar, (...)
Uma das minhas atividades preferidas é observar pessoas. Às vezes, não são propriamente as pessoas que eu observo. Observo as suas casas, os seus objetos pessoais e a forma como estão dispostos. Gosto de pensar que o faço como quem recolhe matéria prima para um trabalho muito importante. Digamos que o meu trabalho é construir histórias e personagens. Por isso, preciso de recolher todo o material de que for capaz e, as minhas observações, são a melhor técnica de trabalho (...)
Um dos meus traços de personalidade mais marcantes é a constante necessidade de controlo. Sou a pessoa das listas, do plano A, B, C e D e da organização ao ínfimo pormenor. Não sou assim em tudo, claro, mas no que me interessa verdadeiramente. Provavelmente quem me conhece melhor pode considerar-me um pouco caótica, mas garanto que é um caos muito controlado. Mas, ontem, num exercício de alguma loucura, decidi não opinar em relação a nada em relação ao final de dia e (...)
Tento guardar sempre cinco dias de férias para os aniversários (o meu, o do Milton e dos nossos três filhos). Mesmo que a festa de aniversário seja noutro dia, procuramos fazer alguma coisa especial no dia de aniversário de um membro da família. Este ano, no dia de aniversário do Eduardo decidimos ir ao ilhéu de Vila Franca do Campo, onde existe uma piscina natural de água do mar, calminha e sem ondas, bem no meio do oceano. Já não ia lá há uns dez anos e nunca fui com (...)
Eu gosto. Mas não prefiro. Cresci como filha única, nos anos 80. Tinha dois canais de televisão, um quintal e uma imaginação meio alternativa e meio aleatória que ainda perdura, com muita vitalidade. As minhas melhores memórias de infância são, ainda assim, de acontecimentos onde se reuniam os irmãos da minha mãe os seus filhos, na casa dos meus avós maternos, ou na casa de uma das irmãs da minha mãe, em Almada. Nas minhas memórias mais felizes, existem os sons de (...)
O Eduardo tem, desde bebé, um apetite imenso. Acorda sempre a dizer que tem fome e ao fim do dia, após o jantar e a sobremesa, revela vontade de comer outra refeição. Na escola, com um ano e sem saber falar, já me diziam que se ele não fosse o primeiro a ser servido, gritava e chorava tanto que as pessoas acabavam por lhe dar a comida a ele primeiro. Num destes dias, a Lara disse-nos que, sempre que almoça (que é mais tarde que o irmão), vai buscar um pão à cantina e (...)
A Maria quis comemorar os seus 6 anos na escola, numa festa com os amiguinhos da sua turma. Por causa da pandemia e dos confinamentos, a Maria nunca tinha tido uma festa na escola, e ela estava muito animada. E foi muito giro. Não conhecia bem a turma da Maria (também por causa da pandemia que nos manteve, a todos, afastados) e adorei conhecer os seus coleguinhas. São uns miúdos muito amorosos e divertidos. Fartam-se de dançar, de pular e de brincar juntos. São mesmo divertidos. (...)