De manhã, como de costume, ficamos sempre à espera de alguém. Nesse dia, estavam todos no carro, de cintos postos e prontos para sair, quando a Maria se lembrou de qualquer coisa que tinha de ir buscar ao seu quarto. Longos minutos depois, quando ela entra no carro, diz-lhe o Eduardo: "Maria, já ganhei barba de tanto esperar por ti!"
Estávamos os três na cozinha: eu, o Eduardo e a Lara. Tinha acabado de estudar com a Lara sobre a formação de Portugal, quando o Eduardo, curioso como sempre, fez uma pergunta qualquer. Respondi sem pensar muito: — Eduardo, Portugal existe porque D. Afonso Henriques brigou com a mãe. Ele franziu a testa, pensou um pouco e, com toda a seriedade, concluiu: — Então isso quer dizer que foram os dois para o gabinete. Claramente estava a lembrar-se do que acontece na escola quando (...)
Eram 10 horas da noite, e estávamos todos cansados e prontos para dormir. Como de costume, a disposição pelas camas era variada. Desta vez, a Lara estava na sua cama, já a dormir após um dia cheio com escola, atividades e karaté. A Maria, na sua cama, ainda acordada. Eu e o Milton estávamos na nossa cama, com o Eduardo, que, aos 6 anos, ainda não adormece sozinho. A certa altura, o Eduardo começou a contar-me que tinha tido uma briga com um menino dois anos mais velho. Disse ele: "El (...)
Como é hábito, o Eduardo chega da escola, dirige-se às bolachas e diz, com o seu ar de malandro: "Quero comer esta bolacha." Já prevendo que ele a ponha na boca rapidamente e começe a correr, respondo, assertivamente, levantando-me: "Ah!!! Não queres não!" Responde ele, num queixume: "Quero sim. Não vou comer a bolacha, mas quero."
O Eduardo pediu-me para escrever um bilhete para a fada dos dentes. Ditou tudo com uma seriedade tão comovente que foi difícil não sorrir. Pediu que eu colocasse “Por favor” no final. Antes de se deitar, confessou-nos que estava receoso de encontrar a fada dos dentes, temendo que ela fosse feia (ou melhor, assustadora). Talvez tivesse imaginado um goblin ou algo do género. De qualquer forma, acabou por dormir na nossa cama. Na manhã seguinte, ao descobrir o que a fada lhe tinha (...)
Um dos dramas de uma criança de cinco anos, nos dias que correm é... espantem-se: "Não ter nada que fazer." Ora, normalmente isto acontece quando a televisão se encontra desligada e as irmãs estão entretidas com alguma atividade solitária. Esta manhã, a dez minutos de sairmos todos de casa para a escola e para o trabalho, diz-me pela 20ª vez o Eduardo: "Não tenho nada para fazer ... a não ser comer macacos do nariz". É isto.
De manhã, ao pequeno-almoço. "Meninos, vou juntar aos pequenos- almoços uma banana." Na dúvida se a Maria quereria ou não, pergunto-lhe: "Maria, queres uma banana?" Responde-me a Maria, muito convicta: "Não fui feita para comer bananas."
Quando a Lara era pequenina, perguntou-me, uma vez, se lhe poderia voltar a enviar para o lanche "Iogurte de Pau". Depois de alguma reflexão, lá percebi o que ela queria dizer.
O nosso carro avariou há uns dias. Como é o único carro que temos, vimo-nos obrigados a alugar um carro até o nosso estar operacional novamente. Entretanto, uma vez que alugar um carro por vários dias ainda é um investimento considerável, o Milton andou a procurar alternativas mais económicas. Chegou a um acordo com uma empresa de aluguer de viaturas, mas ficou de ligar mais tarde, para confirmar alguns pormenores. Quando voltou a ligar, falou com um funcionário diferente e, (...)
Tirei uma semana de férias. Sozinha. 5 dias inteirinhos sozinha. Parece um sonho! Estava mesmo a precisar. Mas, vamos lá contextualizar isto. Não tive esta boa vontade toda com a minha pessoa sem um motivo muito utilitário (não que precisasse de o ter). Tirei férias para fazer limpezas, destralhar, encher caixotes, lavar paredes, enfim... E foi o que fiz na 1ª parte do dia. Limpei a casa, tratei de pendências várias e fiz uma coisa maravilhosa por mim: fui à biblioteca e (...)