Nunca saber com quantas pessoas vou acordar, de manhã, na minha cama. Deito-me sozinha, ou com um, e acordo, na maior parte das noites, com pelo menos mais duas pessoas na cama, para além do Milton. Se no inicio nem eu nem o Milton conseguíamos dormir bem, agora já aprendemos a sentir conforto e a dormir muito bem no estilo "sardinhas em lata". Confesso que até gosto muito de dormir aconchegadinha entre a Maria e o Eduardo. E, em certos dias, até a Lara se junta a nós. Gosto muito.
Gosto de desligar os écrãs em dias de semana, mas confesso que, às vezes, já não sei bem o que fazer para evitar que eles trepem às paredes ou se ponham a brincar aos indios e aos monstros, fazendo, já se sabe, uma barulheira descomunal. Para solucionar esta problemática tenho-me debruçado sobre brincadeiras mais antigas. Num destes dias, as miúdas estiveram entretidas a fazer as atividades de uma revista do Batatoon, que a avó lhes trouxe. As revistas, com mais de 20 anos, (...)
Por vários motivos, entre os quais o facto do açúcar ser especialmente prejudicial para os dentes da Lara, este ano explicámos aos miúdos que o "Coelhinho da Páscoa" não iria trazer chocolates. Queremos que as crianças continuem a vivenciar esta época da forma mais feliz possível, mas gostaríamos de distanciar o açúcar dessas comemorações, tal como já fazemos no Halloween. Então, decidimos que este ano o coelhinho havia de trazer livros. Como já trazemos muitos livros (...)
À mesa, durante o jantar, diz o Milton: “Tenho que ver se estudo um pouco hoje para o teste que vou fazer esta semana.” Comenta a Maria: “Então se calhar também devia estudar. Tenho teste de Covid amanhã.” (Teste à saliva realizado na escola.)
Depois duma sessão de estudo de inglês com o pai, diz-me a Lara, com toda a calma: - Sabes mãe, gostei muito de estudar com o pai. Gosto muito mais de estudar com ele do que contigo porque tu gritas muito. Acho que devo estudar todas as disciplinas com ele. Eu, que não me ofendo com a opinião livre e não tenho qualquer ilusão quanto ao meu (inexistente) talento para o ensino, concordei pronta alegremente com a minha filha de 8 anos. Nota: Cá em casa os miúdos dizem (...)
A professora da Lara, que é a professora mais querida que poderíamos desejar para os nossos filhos, faz uma coisa muito gira no aniversário dos miúdos. Pede a todos os meninos que façam um desenho para o aniversariante. Se quiserem, podem deixar uma pequena mensagem também. Assim, a Lara trouxe para casa um caderno, com as folhas presas com uma bonita fita, com desenhos e mensagens de todos os colegas, e também um da sua professora. Achei a ideia mais amorosa de sempre.
A Lara fez 8 anos e pediu-nos para fazer uma festa. Nunca gostei muito de fazer festas de aniversário. Agora gosto mais. Quando mais anos tenho, mais gosto de os comemorar e os dos meus filhos, ainda mais. Bom… escolhemos um sítio dentro do nosso orçamento, convidámos a família e amigos próximos e fizemos a festa que a Lara tanto pediu. A decoração, feita pela Lara e pelo pai, na manhã de domingo, ficou bonita. A comida, providenciada pela mãe, não correu tão bem. Entre (...)
Com uma grande dose de paciência e alguma convicção. Por aqui, temos fases. Nas fases de cansaço extremo, em que queremos só mais 10 minutos para dormir de manhã, o Milton, em modo semi-automático, liga a televisão aos miúdos. Nos dias em que estamos mais convictos e capazes de ouvir umas reclamações mais ou menos agudas, indicamos que não vai haver televisão e que devem entreter-se de uma forma mais rudimentar, que é como quem diz: brincando. A regra costuma ser sempre (...)
Apesar de já terem comido sopa ao jantar centenas de vezes, os miúdos continuam a queixar-se de quando em vez. E eu, às vezes, queixo-me das suas queixas. Digo que me sentiria muito satisfeita se, em vez de queixumes, recebesse agradecimentos por lhes preparar uma refeição nutritiva (ainda que nem sempre deliciosa). Um destes dias, estão os miúdos todos sentados à mesa e eu a preparar-me para dar a sopa ao Eduardo, quando ele se volta para mim, faz-me umas festinhas na cara e (...)
A tampa da nossa sanita partiu-se. Comprámos uma tampa nova. O Milton tentou tirar o assento velho. Não teve sucesso. Usou as ferramentas que tinha e até marteladas aquilo levou. Sucesso nulo. No dia seguinte, trouxe uma ferramenta de um amigo. Novas tentativas. Nada. Horas disto. Nada. Tentei ajudar. O sucesso foi igual. O amigo veio ajudar munido de um arsenal de ferramentas. O nosso amigo não só tirou o tampo antigo, como montou o novo em 15 minutos. À noite, ao jantar, a (...)