Quando a Lara era pequenina, perguntou-me, uma vez, se lhe poderia voltar a enviar para o lanche "Iogurte de Pau". Depois de alguma reflexão, lá percebi o que ela queria dizer.
Nada passa pelos olhos ou mãos da Lara sem ganhar uns olhos divertidos, uma língua, umas orelhas ou qualquer outra caraterística que o torne mais interessante, nem mesmo um saco de papel.
A Lara está sempre a fazer coisas para nos oferecer. No outro dia ofereceu-me um pinguim de papel, uma espécie de origami matrioska de onde iam saindo pinguins de papel mais pequenos. Acho incrível como uma miúda de 8 anos tem a capacidade de nos fazer tão felizes!
Depois duma sessão de estudo de inglês com o pai, diz-me a Lara, com toda a calma: - Sabes mãe, gostei muito de estudar com o pai. Gosto muito mais de estudar com ele do que contigo porque tu gritas muito. Acho que devo estudar todas as disciplinas com ele. Eu, que não me ofendo com a opinião livre e não tenho qualquer ilusão quanto ao meu (inexistente) talento para o ensino, concordei pronta alegremente com a minha filha de 8 anos. Nota:Cá em casa os miúdos dizem (...)
A professora da Lara, que é a professora mais querida que poderíamos desejar para os nossos filhos, faz uma coisa muito gira no aniversário dos miúdos. Pede a todos os meninos que façam um desenho para o aniversariante. Se quiserem, podem deixar uma pequena mensagem também. Assim, a Lara trouxe para casa um caderno, com as folhas presas com uma bonita fita, com desenhos e mensagens de todos os colegas, e também um da sua professora. Achei a ideia mais amorosa de sempre.
A Lara fez 8 anos e pediu-nos para fazer uma festa. Nunca gostei muito de fazer festas de aniversário. Agora gosto mais. Quando mais anos tenho, mais gosto de os comemorar e os dos meus filhos, ainda mais. Bom… escolhemos um sítio dentro do nosso orçamento, convidámos a família e amigos próximos e fizemos a festa que a Lara tanto pediu. A decoração, feita pela Lara e pelo pai, na manhã de domingo, ficou bonita. A comida, providenciada pela mãe, não correu tão bem. Entre (...)
Também poderia ser: "O dia em que a minha filha mais velha me envergonhou". Só que não. Tudo começou (ou acabou, conforme o ponto de vista) com um telefonema que recebi da Educadora do Eduardo. Assim que uma Educadora se identifica como tal, fico logo cheia de nervos. Quem é mãe, saberá do que falo. Digo logo, sem cerimónia: "Sim, sim, Diga, diga, por favor." Querida e perspicaz como é, ou pressentindo o pânico da minha voz, a primeira coisa que a Educadora disse foi que o (...)
É o que a Lara diz que quer ser quando crescer. O facto é que, com a comida e com as atividades do quotidiano em geral, a Lara nunca faz nada da forma habitual, ou típica ou esperada. Está sempre a inventar formas diferentes de fazer as coisas. E eu, que tantas vezes lhe digo para fazer as coisas convenientemente, pergunto-me o que é que é conveniente para ela? Deixar a sua imaginação fluir ou ser limitada por regras que nem sabemos quem inventou e que talvez não façam assim (...)
Estávamos num jardim, ao final da tarde. As meninas andavam de patins e o Eduardo de triciclo. A Lara, fiel à sua personalidade aventureira, já não se contenta em andar de patins para cá e para lá e a descer rampas a grande velocidade. Ontem, decidiu começar a saltar os degraus de uma escadaria larga com os patins. Um a um, mas ainda assim, foi suficiente para eu desatar aos gritos, de forma um pouco instintiva. A Lara, aborrecida, sentou-se no chão. O Eduardo, vendo-a (...)