Durante a minha infância, que decorreu numa pequena vila do interior do Ribatejo, ir à praia era um acontecimento que desencadeava fortes emoções. Acordávamos de madrugada e, ainda de noite, saímos de carro com um grande e robusto chapéu de pano cor-de-magenta para proteger do sol, uma tenda verde também de pano para fazer uma barraca, colocada à volta do chapéu, uma geleira e um saco cheio de toalhas de banho com cerca de 10 anos. Lembro-me até do padrão da maior parte das (...)
As perguntas filosóficas que o meu filho de 5 anos faz na hora de dormir, e que me fazem sentir como se estivesse a tentar desvendar os mistérios do universo sem ter lido o manual: "Temos um fantasma dentro dos ossos? É o nosso espírito?" ou "O que faz o meu braço mexer?" Respondo eu: "O cérebro." "E o que faz o cérebro fazer isso? Há um homem pequenino no meu cérebro a carregar em botões?"
E pronto, oficialmente já não tenho bebés em casa. O meu filho mais novo, o meu último bebé, já fez 6 anos e, na verdade, já deixou de ser bebé há muito tempo. Embora seja o mais novo, parece ter sido o que menos tempo foi bebé. O rapaz é grande e, olhando para ele, facilmente lhe damos mais anos do que realmente tem. O seu tamanho contrasta com a sua maneira mimosa de falar, algo que sempre me enternece. Por vários motivos, o Eduardo não teve festa de aniversário nos (...)
Um dos meus maiores desafios na maternidade é assistir às discussões dos meus filhos. Quem teve irmãos, ou tem filhos de idades próximas, dirá que não é nada de especial e, de facto, não é. Não são discussões demasiado violentas (embora haja ocasionalmente chapadas e pontapés), nem demasiado frequentes, mas mexem muito com os meus nervos. Creio que não estou errada ao relacionar esta minha baixa tolerância às discussões a alguns traumas de infância. Simplesmente, (...)
Em casa, temos apenas uma televisão, que fica numa sala mais pequena, dedicada aos brinquedos, aos jogos de consola e ao visionamento de filmes e séries. Basicamente, quando os miúdos querem ver televisão, decidimos em conjunto o que vão ver e eles ficam nessa sala, que está ao lado da sala de estar. Sempre que começam a discordar de forma mais acesa sobre a programação ou tentam enganar-se uns aos outros, troco o que estavam a ver por algo escolhido por mim, normalmente algo (...)
Um dos dramas de uma criança de cinco anos, nos dias que correm é... espantem-se: "Não ter nada que fazer." Ora, normalmente isto acontece quando a televisão se encontra desligada e as irmãs estão entretidas com alguma atividade solitária. Esta manhã, a dez minutos de sairmos todos de casa para a escola e para o trabalho, diz-me pela 20ª vez o Eduardo: "Não tenho nada para fazer ... a não ser comer macacos do nariz". É isto.
O desenho da família, embelezado com corações. Veio mostrar-nos o seu trabalho. E pediu desculpa, muito sério, por os corações estarem um pouco tortos. É que é fofo, este rapaz.
Preciso muito de simplicidade na minha vida quotidiana. Para complexa, basta a minha mente; tudo o resto na minha vida tem de ser o mais simples, prático e minimalista possível. Quando se tem uma família maior, o minimalismo é ainda mais importante. Ele traz-nos organização, clareza mental e uma leveza única. Com base na minha experiência e no que faço, ofereço cinco dicas de como podes tornar-te mais minimalista, mesmo com uma família grande. 1. Nos brinquedos, prioriza a (...)
Nada passa pelos olhos ou mãos da Lara sem ganhar uns olhos divertidos, uma língua, umas orelhas ou qualquer outra caraterística que o torne mais interessante, nem mesmo um saco de papel.
Por vezes, tentamos proporcionar às pessoas que mais amamos aquilo que gostaríamos de ter tido. Não é um raciocínio muito correto, pois nem sempre as pessoas precisam ou querem o mesmo que nós. Ainda assim, e apesar de ter esta ideia na consciência, dou aos meus filhos aquilo que a criança que fui mais desejava: livros, aulas de artes e desporto, experiências diferentes e irmãos. Não lhes compro muitos brinquedos ou coisas em geral e, muito menos, tudo o que me pedem. Na (...)