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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Qua | 30.05.18

Quando a Lara come muito lentamente e nos pede para lhe darmos a comida à boca

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Sempre com alguma calma e serenidade damos-lhe 3 hipóteses:

- Damos-lhe a comida e não lemos uma história mais tarde (por exemplo);

- Ela come sozinha à velocidade que quer e abdica do tempo de brincadeira que teria se comesse mais depressa;


-Come sozinha a uma velocidade razoável e para além de brincar mais tempo, tem a companhia dos pais para brincar e contar histórias.

 

Mas, antes disso, falo-lhe um pouco sobre o “tempo”.  

 

Explico-lhe que o tempo é um dos bens mais preciosos que temos e que é vantajoso geri-lo de uma forma inteligente. Digo-lhe que ninguém controla o tempo, nem os pais conseguem dominar o passar do tempo, mas podemos decidir o que fazemos com ele.

 

Depois falo nos horários que temos que respeitar sempre: o horário da escola, do trabalho, das refeições, dos compromissos e da hora de dormir.

 

O tempo que nos sobra entre as coisas que temos mesmo que fazer é nosso para fazermos o que quisermos.

 

Explico à Lara que na hora de jantar, os pais ou estão a jantar também ou estão a fazer outras coisas que têm que ser feitas. Se tiverem que lhe dar a comida à boca numa altura em que ela já sabe comer sozinha, têm que retirar esse tempo de outra atividade de que todos gostamos mais como brincar com ela ou ler-lhe histórias. Deixamos, então, ao critério da Lara a decisão: ou damos-lhe a comida à boca ou brincamos com ela mais tempo.

 

Em relação ao imenso tempo que a Lara às vezes leva para comer, a explicação é semelhante. Se ela levar demasiado tempo a comer depois acaba por não ter tanto tempo para fazer outras coisas de que gosta antes de dormir ou de ir para a escola. 

 

Não queremos que coma à pressa ou que se sinta ansiosa em relação ao tempo mas tentamos que perceba que o tempo tem o seu valor e que deve ser gerido por ela da melhor forma. Damos-lhe a responsabilidade da sua própria alegria e atividades ao indicar-lhe que o tempo não estica e que deve planear as suas atividades de forma a poder fazer o que quer no tempo disponível. Claro que, com isto, temos esperança que veja as vantagens de trocar a hora inteira que às vezes leva a comer a sopa por mais 30 minutos de brincadeira.

 

Ela ouve com atenção e compreende. Às vezes continua a levar muito tempo para comer mas depois também aceita bem as consequências.

Se quiser muito alguma brincadeira em especial, é vê-la a comer bem e rapidamente e ainda a arrumar o pratinho ao lado do lava loiças.

 

As crianças percebem tudo e estou convencida de que, se falarmos com elas calma e pacientemente, elas colaboram da melhor forma possível.

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