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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Qui | 11.10.18

Uma birra daquelas bem estridentes!!!!

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Ora vamos lá falar destas coisas simpáticas que são as birras. 

Ultimamente temos muito disso por aqui, principalmente aos fins de semana e principalmente (ou sempre) quando não temos tanto tempo para dedicar às miúdas (já que o miúdo não chateia nada, para já).

Num destes domingos tivemos uma dessas birras. O Milton estava a descansar de uma pequena cirurgia que fez (nada de especial mas que implicava um certo relaxamento) e eu estava responsável pelas três crianças e por tudo o resto e, naturalmente, não conseguia sentar-me sempre com as miúdas a dar-lhes atenção.

Como era de esperar, a determinada altura começam a gritar uma com a outra porque a Maria estava a mexer nos brinquedos da Lara e a estragar o que ela estava a fazer. Vou lá e tento entreter a Maria com um brinquedo diferente. Eis que a Lara decide que afinal quer um brinquedo igual ao da Maria.

Bom... em menos de nada tenho as duas a berrar imenso atrás de mim, com a Lara a gritar ininterruptamente "Quero uma cana de pesca!" (o brinquedo em questão) e a Maria, com uma cana de pesca na mão, a gritar ao lado da Lara sem ela própria saber bem porquê (uma vez que estava com a almejada cana de pesca na mão e nem estava a brincar com ela, enfim...).

O Eduardo, ao meu colo, só abria muito os olhos com espanto.

Eu e o Milton o que é que fizemos perante este cenário de completo caos? 

Nada, nicles, nadica...

Assim ficámos a ouvir a gritaria, com cara de paisagem, e a continuar a nossa vida como se nada fosse. Ainda disse às miúdas, em voz baixa, que não conseguia perceber o que diziam enquanto estivessem aos gritos mas mais valia estar calada porque estavam numa situação em que não valia a pena tentar falar civilizadamente. Por isso, esperei que gritassem o que quisessem até se fartarem.

Entretanto tirei a cana à Maria e expliquei que não iam brincar com aquele brinquedo da discórdia durante um bom tempo. Informei ainda que todos os brinquedos que gerassem discórdia iriam ser confiscados daqui em diante.

Gritaram mais um bom bocado depois deste desfecho e eu continuei a minha vidinha como se nada fosse. Até se fartarem de gritar.

E assim foi.

Quando se calaram fui buscar um cesto de tecido e uma revista antiga. Rasguei todas as páginas da revista para fazer bolinhas de papel e arranjei uma espécie de basket no chão que cativou todo o interesse das miúdas. Expliquei novamente que se começassem a fazer birra iria confiscar este novo e interessante brinquedo e que o mais acertado e vantajoso para elas seria tentarem entender-se o melhor possível na gestão da nova brincadeira. E fui à minha vida.

Elas brincaram e riram as duas durante um bom tempo. A Lara comandou as brincadeiras todas procurando sempre agradar à irmã e fazê-la agir de acordo com a sua vontade com muito jeitinho e diplomacia.

Depois levaram as bolas de papel para o quarto, rasgaram o papel todo e mandaram tudo pelo ar todas divertidas. A isto a Lara chama "Brincar às festas."

Eu estava com o Milton no quarto e, passado um bom bocado só vemos a Lara a passar para a cozinha com as mãos cheias de papeis. Logo depois vinha a Maria também cheia de papeis na mão. E depois a Lara nos mesmo propósitos e depois a Maria. Estavam a arrumar o quarto e  a colocar os papeis todos no lixo. 

Minhas ricas filhas! 

E foi assim que resolvemos uma birra estridente. Ficamos com os ouvidos a zunir de tanto grito que ouvimos mas a coisa lá se resolveu por si sem necessidade de recorrer a palmadas ou a mais gritaria da nossa parte.

Provavelmente isto não resulta com todas as crianças nem em todas as situações mas, se quiserem experimentar mal não faz e as crianças conseguem, muitas vezes, surpreender-nos muito pela positiva. 

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