Os meus filhos trouxeram, não só uma agitação e uma alegria imensa e diária, como também me ensinaram uma série de factos sobre a vida e sobre a convivência em comunidade. Ora vejamos: - É possível lavar e arrumar roupa todos os dias sem que os cinco cestos de roupa suja que existem em casa pareçam esvaziar. - Não há limites para o apetite de três crianças em crescimento. - Um dos passatempos preferidos dos miúdos é implicar com os irmãos. Nem sequer vale muito a pena (...)
Este ano, o Eduardo começou o primeiro ano e estava muito entusiasmado com a ideia. Sempre adorou fazer trabalhos com letras e números na pré-escola, por isso prevíamos que tudo iria correr bem. A Lara começou o primeiro ano durante a pandemia e, com os três miúdos em casa, as coisas não correram às mil maravilhas, mas ela lá se foi safando. Já a Maria estava nervosíssima com o primeiro ano, receosa de não conseguir aprender a ler e a escrever, e insistia para que lhe (...)
Durante muito tempo, a educação dos meus filhos foi o principal investimento do nosso núcleo familiar. Continua a ser uma prioridade, mas, este ano, a minha filha mais velha, de 10 anos, passou a estudar numa escola pública. O colégio onde a Lara estudou durante 8 anos era o melhor lugar que poderíamos desejar para ela: acolhedor, familiar, alinhado com os nossos valores principais e, acima de tudo, com as crianças e a sua formação no centro de toda a sua atividade. Lá, os meus (...)
Foi um desafio. Essa é a verdade. Os meus filhos adoram ver televisão, jogar na PlayStation e no tablet. Muitas vezes, é exatamente isso que fazem, especialmente quando estou ocupada com o trabalho, a cozinhar ou concentrada em outras tarefas. No entanto, consciente dos malefícios do excesso de tempo em frente aos ecrãs, tomei uma decisão: organizei-me no sábado, despachei todas as obrigações e reservei o domingo para um “dia sem ecrãs”. Estava sozinha com os três, que (...)
Na escola onde estudei – do 5.º ao 9.º ano – e também na primária, presenciei várias formas de bullying. No entanto, nem tudo se qualificava como bullying. Havia também episódios de violência isolada que, embora não fossem repetidos, mereciam igualmente atenção. Era comum ver miúdos a lutar, cabeças partidas por pedras, e grupos a gozar com crianças específicas. Quando olho para trás, não tenho a certeza se sofri muito com os outros miúdos. Lembro-me de estar (...)
Há alguns anos, uma amiga falou-me dos livros da Bruxa Mimi, que estão disponíveis na biblioteca que costumamos frequentar, e desde então, têm sido presença regular cá em casa. Já os trouxe inúmeras vezes para cada um dos meus filhos e, neste momento, tenho vários exemplares que leio ao Eduardo antes de dormir. Os livros da Bruxa Mimi, criados por Valerie Thomas e ilustrados por Korky Paul, contam as aventuras de uma bruxa desajeitada e do seu fiel companheiro, o gato (...)
Quando andava na escola da vila onde nasci, e até ao 10.º ano, quando fui para uma escola maior, sempre me senti muito diferente e desenquadrada. Ou porque era mais baixinha do que todas as raparigas da turma, ou porque me vestia muito mal, ou porque era extremamente tímida, porque não tinha tema de conversa com as outras raparigas, porque falava de coisas estranhas, porque não tinha interesses ou não os sabia mostrar, porque não tinha atividades fora da escola, porque não havia (...)
Este ano, a minha filha mais velha entrou para o 5º ano, numa escola diferente, onde vai precisar de ser mais autónoma e independente. Por isso, comprámos-lhe um telemóvel. Para a sua segurança e para o nosso descanso. É um telemóvel que só permite fazer chamadas e enviar mensagens. Foi uma decisão que tomámos há algum tempo, e desde cedo falámos com a Lara sobre isso. Na verdade, sinto que temos vindo a preparar a Lara para esta realidade desde que era muito pequena. Não que (...)
Os meus filhos têm 6, 8 e 10 anos e, este ano, todos regressaram às aulas, cada um numa fase diferente. A Maria, de 8 anos, começou o 3.º ano na mesma escola, com a mesma turma e professora. Tudo tranquilo. Ela já conhece toda a gente, é boa aluna e não se prevêem complicações. O Eduardo, de 6 anos, entrou para o 1.º ano. Continua na mesma escola e com a mesma turma, mas agora com um novo professor. Tendo em conta que ele adora fazer atividades nos livros e estava ansioso por (...)
Estava com os meus três filhos, dois nas espreguiçadeiras e um na toalha no chão. Todos estavam concentrados em livros de atividades. Um senhor, de cerca de 60 anos, aproximou-se de nós e disse: “Queria dar-lhe os parabéns! Fico muito feliz por ver que alguém ainda dá importância à educação.” Sorri e agradeci, mas senti-me um pouco envergonhada, como costumo ficar sempre que recebo um elogio. No início, nem percebi bem o que o senhor queria dizer, mas depois deduzi que (...)