Mr. Robot
E quando pensava que ia ficar órfã de séries outra vez, o homem da casa surge com Mr. Robot.
É a série mais realista e atual que já vi.Parte da história de Elliot, um jovem programador que trabalha numa empresa de segurança virtual de dia e, de noite, é um hacker que descortina a vida de conhecidos e desconhecidos.
Se, no inicio ele se limita a observar as pessoas e as suas vidas, depois de alguns acontecimentos que abalam a sua existência solitária e melancólica, ele começa a atuar e a mexer com a vida delas. Ao mesmo tempo, ele é convidado para fazer parte de um grupo de hackers anarquista que pretende destruir o capitalismo.
A série está repleta de personagens caricatura, que deambulam de uma forma muito extrema pela realidade, que acredito ser a que existe nos dias que correm. O protagonista, por exemplo, é muito bom rapaz embora seja anti-social, é hipersensível, melancólico e muito inteligente. É como se visse o mundo tal como é e tivesse todo o poder para o mudar, mas não a força necessária.
Observar a realidade pelos olhos de Elliot é uma experiência muito estranha. É como se todo ele fosse construído de uma matéria que existe em todos nós, que foi sendo recambiada para uma parte muito recôndita e silenciosa do nosso cérebro. Fico a imaginar que ele é ingénuo quando, se calhar, todos os outros é que são cínicos. Ficamos sem saber que lugar é verdadeiramente o nosso no teatro gigante que é existir no nosso tempo.
Sublinho a excelente caracterização de Elliot: a roupa, a forma de estar, de falar, de pensar, de se mover, e até de ser dependente de morfina, está brilhante. Diria que esta personagem está a rivalizar fortemente com o meu adorado Mr. White da série Breaking Bad.Mr. Robot é um desafio reflexivo extremamente interessante.
Recomendo a todos, embora os nerds (por razões óbvias) possam apreciar mais.