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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Qua | 15.07.15

Contos #1 Vermelha

Encontrara, finalmente, o local perfeito!

 

Apesar de ser inverno, o céuestava sem nuvens e o vento não se fazia sentir senão através de umaleve brisa, capaz de ensaiar uma carícia suave nos cabelos de umamulher.

 

Sonhava com aquele momento há quase um ano, apesar de nunca terreunido a coragem e força de vontade necessárias para o conceber como uma realidade possível.

 

Mas, há dias atrás, sentiu que chegara omomento. Conseguia antecipar, com toda a clareza, o segundo em que airia ver. Tinha de ser ali, naquela praia, com aquele sol morno aaquecer-lhe a pele, branca e convidativa, polvilhada de sardas epequenas covinhas.

 

Chegou enfim. Pousou, quase distraidamente, a pesada mala que traziacom o material, escolhido meticulosamente, para usar nela. Sentia-seinvadido por uma borbulhante sensação de êxtase que lhe percorria todoo corpo, como uma leve corrente elétrica, e lhe entorpecia parte dos sentidos e excitava outros.

 

Tirou todos os instrumentos da mala, alinhou-os sobre uma toalhabranca, e começou a aplicá-los metodicamente na mulher: umas vezes comdelicadeza, outras com violência, mas sempre com destreza e genuínapaixão.

 

Largou o instrumento fino e comprido que estava a usar e parou para acontemplar.

 

Não conseguia deixar de observar o corpo dela, vestido de pequenosgrãos de areia dourada e enfeitado de um sono frágil e tranquilo. Os cabelos, longos e levemente encaracolados, deslizavam pelos ombros epelas costas numa sintonia harmoniosa e viva de tons ruivos e quentes.

 

De tons ruivos e quentes?

 

Uma fúria elétrica caiu sobre ele fazendo-o rasgar a mulher em mil pedaços.

 

Ele gritava, puxava os próprioscabelos e pontapeava os restos da mulher com toda a agressividade dasua frustração de pintor distraído.

 

Tinha-se esquecido da tintavermelha.

Seg | 13.07.15

Gran Canaria ou comer, dormir e tomar banhos de piscina

Sou uma pessoa que reage mal à ausência de férias num local diferente todos os anos. Quando digo diferente não quero dizer no estrangeiro ou num local muito exótico. Claro que prefiro conhecer países e culturas diferentes mas, do que gosto mesmo é de uma novidadezinha, algo que se distancie um pouco da rotina do quotidiano.

 

Há mais de um ano que não tiro férias para descansar. As últimas que tive, foram em março e foram usadas em compras para a casa e a organizar a primeira festa de aniversário da minha filha.

 

Claro que foi muito bom, adorei estar com a minha família, com grandes amigos e voltar a estar junto de pessoas que não via há vários anos. Mas já estava a precisar mesmo muito de umas férias só para descansar.

 

Pensámos em várias hipóteses e decidimos-nos pela Gran Canaria, Playa del Inglés. Já tinhamos estado na Gran Canaria, em Las Palmas, na Praia dos Amadores e em Puerto Mogán, mas tinham sido poucos dias e tinhamos apanhado mau tempo em Las Palmas, onde ficava o hotel.

 

Este ano decidimos voltar lá, mas fomos para a zona sul da Ilha onde se diz que existe o melhor clima do mundo. Tendo estado lá há uma semana, confirmo.

 

Ficámos num hotel aconselhado por amigos, o Hotel Playa Bonita, num regime de tudo incluído.

 

O objetivo era: comer, dormir, apanhar banhocas de sol e de piscina, e pouco mais.

 

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Piscina grande

 

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Piscina das crianças

 

Nunca tinha feito férias deste género posso dizer que era capaz de "fazer o sacrifício" umas 3 vezes por ano.Foi bastante agradável sim senhor.

 

O hotel era muito simpático, decorado em tons de branco e azul,  a 5 minutos a pé da Playa del Inglés, com uma piscina grande e uma pequena para bebés, uma zona de lazer para crianças, e zonas de refeições e de bar muito agradáveis.

 

O pessoal do hotel, todos espanhóis (à exceção dos animadores) eram simpaticíssimos, muito diferentes dos Madrilenos que conheci.

 

Com a Lara foi uma aprendizagem diária. Fomos adaptando as nossas atividades e rotinas às reações dela e, devo afirmar com muita vergonha, que ela veio extremamente mimada das ferias. Nada que não se tenha resolvido em dois ou três dias de castigos excepcionalmente rígidos em casa (not). O facto é que lhe fizemos muitas vontades apenas para ela "não chatear" e não fazer barulho no restaurante. Estas vontades resumem-se a dar-lhe mais bolachas e bananas do que é habitual e colocá-la a ver o Pocoyo mais de uma hora por dia.

 

 

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Os quartos são amplos e simpáticos.[/caption]Então o nosso dia era mais ou menos assim:Acordávamos e tomávamos o pequeno- almoço (munidos de iPad para ver o Pocoyo).

 

Achei o pequeno almoço francamente bom. Adoro todo o tipo de pães e bolinhos de pequeno-almoço, mesmo aqueles croissants pré congelados que se colocam no forno.

 

O hotel tinha muita variedade de pães, queijos, compotas, afiambrados, crepes, fruta, iogurtes, bacon, ovos  de várias formas e legumes cozinhados, bolachas, salada...

 

Eu comia um pouco de tudo, menos fruta, iogurte ou sumos. Bebia sempre um cappuccino.

 

A Lara comia papas de aveia, que já estavam feitas ou um iogurte natural com uma banana.

 

Depois, vamos ao bar beber um  café expresso, e passávamos a manhã, à vez, com a Lara  na zona das crianças onde existiam 2 animadoras e brinquedos e atividades para os mais pequenos. Também tinha um parque infantil com baloiços e escorrega. Vamos alternando entre os brinquedos de construção e os baloiços.

 

 

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Parque infantil

 

Depois, até ao almoço, e durante a tarde era escolher e variar entre as seguintes atividades:

 

- Beber refrescos vários: sangria, cerveja, cocktails com ou sem álcool, etc.

 

- Tomar banhos de piscina e de sol alternadamente;

 

- Ler um bom livro.

 

- Dormir a sesta esparramados num colchão colorido, na piscina das crianças.

 

- Andar 5 minutos, descer umas escadas enormes, e ir até à Playa del Inglés, que tinha uma marginal muito simpática e pitoresca, repleta de gatinhos bem cuidados, e um mar muito calmo e de água verdadeiramente morna. A praia tinha apenas um senão: uma areia fininha com a consistência de terra que se colava a nós e não saía mais. Acabei, por isso, por ir tomar banho à praia apenas um dia.

 

O almoço e o jantar eram compostos por um buffet, que tinha saladas, carnes frias e queijos, peixe e carne grelhados e pratos comuns de frango e peixe, como empadões, massas e guisados.

 

De destacar as pizzas maravilhosas, de massa fina e com ervas aromáticas, que eu comi praticamente todos os dias a todas as refeições.

 

 

hotel-playa-bonita

Existiam várias zonas para comer mas nós preferiamos esta.

 

Os doces não são o forte dos espanhóis mas tinham um bolo semifrio de café que não era nada mau.

 

O melhor de tudo é, sem dúvida o clima: quente, embora não demasiado, sem vento e muito muito luminoso. Será, para mim, um dos melhores do mundo para este tipo de férias.E foi isso.

 

Aconselho vivamente para quem quer descansar, em família, sem ter que se preocupar em alugar carro ou andar muito.

 

O melhor de tudo: é francamente barato. O hotel, em regime de tudo incluído, fica a um valor muito simpático em março ou abril. Nós fomos em finais de junho e, mesmo assim, ficou a um valor muito agradável.

 

Não tirámos muitas fotos. Estivemos entretidos a relaxar. :D

Qua | 08.07.15

Mudei de casa 10 vezes #1 - O quarteirão Cor de Rosa

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Saio de casa um pouco antes das 8h00 da manhã. O ar, de verão a acabar, está cada vez mais fresco.Desço a rua em direção ao meu local de trabalho. Logo no inicio, à direita, encontro uma barriga enfiada numa camisa, sempre o mesmo senhor, sempre à mesma hora, na mesma posição, a camisa muda de cor mas não de feitio. Atravesso o centro da cidade antes de chegar ao trabalho. As casas brancas e altas, contornadas de cinzento vulcânico, pertencem quase todas a bancos e companhias de seguros. É pena.

 

Algumas estão degradadas, essas não pertencem a bancos, penso eu.

 

Gosto do centro da cidade de Ponta Delgada, mas acho que podia ser mais bonito. Acho sempre que tudo podia ser melhor. Deve ser por isso que mudei de casa tantas vezes.

 

Desde que saí de casa dos meus pais, há 12 anos, mudei de casa 10 vezes.

 

Não,não tenho um feitio terrível que ninguém consegue aturar! Sou sagitário e gosto, naturalmente, de mudança. Estou sempre pronta a fazer as malas (bem... quase sempre).

 

Fui para Lisboa logo que acabei a universidade e comecei a viver na Ramada, num apartamento com duas raparigas extremamente independentes: uma colombiana de 25 anos que era gerente no Mac Donalds e tinha emigrado com o namorado (quando a conheci já era ex),e uma rapariga de Lisboa, de 23 anos, cujos pais e irmãos tinham emigrado para Londres (sempre me perguntei o que é que ela tinha ficado a fazer, sozinha, em Lisboa).

 

Gostava de viver ali, gostava das conversas que tinha com a colombiana, das nossas idas à praia, das fotos que ela me mostrava da sua família, e das suas histórias de vida, tão diferentes daquilo que eu conhecia como realidade. Ela era muito engraçada: levantava-se às 6 da manhã para se maquilhar maravilhosamente bem, todo o quarto dela era branco, assim como a roupa e os objetos que lhe pertenciam. Fazia as malas e ia para Espanha e outros sítios, ficando em casa de amigos virtuais que nunca vira na vida. E parecia correr sempre bem.

 

Tentou convencer-me a ir a uma discoteca de salsa e outras latinidades. Não me apanhou nessa. Acho que a admirava. :) Conseguia poupar dinheiro para enviar à família. Já não existe ninguém assim.

 

A outra rapariga não se dava com ela. Eu falava com as duas, mas gostava mais da colombiana.

 

O quarteirão onde vivíamos era cor de rosa e tinha tudo o que precisávamos: supermercado, banco, farmácia, um clube de vídeo e um café maravilhoso que vendia umas bolachas caseiras deliciosas. O funcionário do clube de vídeo gostava muito de cinema independente e aconselhou-me alguns dos filmes mais bizarros e interessantes que já vi.

 

Na altura, no inicio dos meus 20 anos, ver cinema independente era o meu principal passatempo, naquilo que eu chamo uma neo-adolescência prolongada. Foi nessa altura que vi o "Ichi the Killer", o filme mais violento da minha lista de visionados (o Saw é para criancinhas). Cheguei a sentir um pouco de empatia pelos masoquistas. Nesse tempo, conseguíamos arranjar filmes mesmo bons, tão bons que nos faziam vivê-los de dentro e transportá-los para a nossa própria vida.

 

Não via os filmes na minha casa, era sempre em casa de amigos, quase todos rapazes, e quase sempre em grupos de 3 ou mais. Esqueci-me de quanto tempo vivi no quarteirão cor de rosa porque, na verdade, passava muito pouco tempo em casa. Fartei-me de estar tão longe de tudo e mudei-me para uma cave em Odivelas. Sempre ficava mais perto do metro e tinha a vantagem (pensava, ingenuamente, eu) de ser a casa de uma conhecida.

 

 

To be continued…

Sex | 03.07.15

Coisas de mãe #2 - As piores compras que fiz

Apesar de não ter comprado muitas coisas, não me safei de fazer algumas aquisições menos acertadas. Deixo uma pequena lista das coisas mais inúteis que comprei. 

 

Contentor de Fraldas Sangenic

 

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É um contentor, com um sistema de torção, que envolve individualmente cada fralda isolando-a numa película antibacteriana,  dentro do recipiente.O que eu pensei ao comprá-lo:"Caramba! Uma maravilha que vai sugar o cheiro a merda do quarto, como se fosse a maquina dos caça-fantasmas".

 

O meu pensamento após uma semana de uso: "Este caixote do lixo futurista é uma caricata tanga."Comprei este interessante objeto, em promoção, e já com um pack de recargas, com a ilusão de acabar com o pouco agradável cheiro a fraldas cagadas que se instalou no quarto.

 

As recargas para o contentor são caras, pelo menos para mim. Cada pack de 3 recargas custam cerca de 25 euros e cada recarga dura um mês. Não creio que tenha durado um mês. Pelo que me lembro, em uma semana já estava super cheio e tinha que deitar as fraldas fora, dando um nó no fundo do saco que sobrava para continuar a usar o resto. Nunca cheguei a comprar mais recargas e passei a usar o contentor como um caixote do lixo normal. Resolvi a questão do cheiro tirando-o do quarto da Lara e colocando-o na marquise, que é aberta. Não me dá trabalho nenhum andar mais 7 metros e como a marquise está sempre arejada, nunca tem mau cheiro. 

 

 

Espreguiçadeira com vibração e música

 

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Foi a primeira coisa que comprei para a Lara, em jeito de enxoval do bebé. Na página do site de vendas online que usei pareceu-me uma autêntica ama electrónica, que embalava e cantava para a criança, ao mesmo tempo.

 

De facto usei muito a espreguiçadeira durante os primeiros 2 ou 3 meses da Lara, mas sempre sem música e vibração. Acho que ela se sentia verdadeiramente irritada com a música e a vibração esteve longe de a ajudar a adormecer.

 

Quando começou a ficar mais crescida e irrequieta, com cerca de 3 meses, deixou de querer ficar lá muito tempo. Desde então, nunca mais usei e, apesar de não me arrepender de todo de a ter comprado, se voltasse atrás teria comprado um modelo mais resistente e sem música e vibração ou seja, optaria por um produto melhor pelo mesmo valor. 

 

Sapatos ou pantufas para bebés que ainda não andam

 

pantufas para bebé

 

Na verdade só comprámos umas pantufas, mas nunca as usámos. Caíam-lhe do pé quando não andava e, quando passou a andar e lhe serviam melhor, não davam jeito por escorregarem no chão. Sempre as podia ter usado como patins mas não. O que usei, para aquecer os pés e não como patins, muito foram umas botinhas que uma amiga me emprestou, essas sim, muito jeitosas porque tinham o cano subido e não caiam do pé. 

 

Chucha em forma de borboleta

 

chucha

 

Comprei uma chucha em forma de borboleta porque a achei muito gira e fofinha para menina.

 

Depois da primeira noite em que a Lara dormiu com ela, acordou com a área à volta da boca em forma de borboleta, assim como se fosse uma espécie de tatuagem natural feita por sucção. 

 

Compressas esterilizadas

 

gaze esterilizada

 

Era um dos itens obrigatórios da mala de maternidade, e nunca ouvi ninguém queixar-se, mas eu não me orientei nada com aquilo. Devo ter usado, uns três dias, se tanto, para limpar os olhos da Lara, quando era recém nascida. Para já, tinha comprado umas compressas demasiado grandes (na altura não havia outras no supermercado) e depois de as cortar elas desfiavam-se todas. Antes de deixar os olhos da minha filha cheios de fios de gaze, optei por limpá-los com algodão. Poucos dias depois deixei-me de mariquices e passei a lavar-lhe a cara como gente grande. Como continuou com os dois olhos no mesmo sitio, continuei a fazer o mesmo até hoje. 

 

Edredão e almofada decorativa para berço

 

edredão bebé

 

Comprei e nunca usei. Sempre tapei a Lara com cobertores e mantinhas enquanto era pequenina e agora, com 15 meses, continuo a achar que é mais confortável para ela assim. Entretanto ela vai passar para uma cama de tamanho normal e o edredão nem chega a ser usado. Talvez o use como tapete (not). 

 

 

Poltrona de Amamentação

 

poltrona de amamentação

Não comprei porque tinha duas poltronas na casa que alugava e preparei uma delas no quarto da Lara para me servir de poltrona de amamentação. Preparei, como quem diz, coloquei nas costas uma manta de veludo branco para dar um ar fofo, e em cima duas almofadas igualmente fofas: uma toda rococó para as minhas amadas costas e outra de amamentação.

 

Nunca usei a poltrona. Sempre amamentei onde calhava, de pé, ou com o rabo sentado na cama, numa cadeira da cozinha, no sofá da sala ou em cima de um monte de tapetes na sala de exposição de têxteis do Ikea.

 

É evidente que esta é a minha experiência pessoal e, para muitas pessoas, os objetos que aqui refiro terão sido úteis e proporcionado uma experiência distinta da minha.Se tiveram uma experiência diferente ou queiram acrescentar itens a esta lista, por favor, deixem as vossas dicas nos comentários.

Qua | 01.07.15

A autora deste blog está de volta

férias

 

A autora deste blog esteve de férias e pode confirmar que estes 7 dias em que as suas atividades principais foram comer, apanhar sol, colocar-se de molho, ver espetáculos de travestis e dormir, não foram os mais desagradáveis que já teve. Acrescentaria até que era capaz de viver só disso.

 

Posto isto, afirmo que estou cheia de genica para continuar a escrever disparates por aqui.

 

Mas vou guardar para amanhã que hoje estou a precisar de descansar das férias.

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