Coisas que só me acontecem a mim #3
Estou a fazer um curso intensivo de natação. Esse curso ocorre 4 vezes por semana sendo que em dois dias começa às 18h00 e noutros dois às 18h45.
Para conseguir ir às aulas faço autênticas maratonas, a pé e de minibus, e fico cansadíssima.
Ontem fui a correr para a aula, como sempre.
Cheguei pelas 18h38 à piscina e já lá estava toda a gente… Estranhei mas entrei na mesma.
Foi quando me apercebi que a aula não estava a começar… estava a terminar.
Fiquei tão aflita, tão desiludida que para aproveitar os 8 minutos que tinha, fiz o exercício pedido sem pensar duas vezes: ir agarrada à prancha até á ponta da piscina (que tem 2,50 m de altura, de barriga para baixo e voltar de costas, sempre a bater os pés.
Fiz o exercício direitinho.
Depois, para aproveitar os últimos minutos, deu-me a loucura e fui a nadar sozinha, sem esparguete nem prancha, como sabia, até à ponta mais funda da piscina e voltei de costas. :D
Confesso que fiquei aflita na parte de costas, porque não sabia como usar as mãos, mas obriguei-me a não desistir e a não entrar em pânico. Lá fui mexendo as mãos como soube e consegui fazer tudo sem dar grande barraca.
É pá! Foi em desespero que me coloquei naquelas “performances” mas valeu a pena.
Foi um marco na minha vida. Consegui mover-me dentro de água, num sítio sem pé, sem entrar em pânico e sem ir ao fundo.
Confesso que estou muito satisfeita comigo própria.
Para quem sabe nadar desde sempre, isto deve ser igual a nada mas para mim, que gosto tanto de água e não sei nadar, isto é uma grande vitória. Significa imenso para mim.
Agora vou acreditar que isto é como andar de bicicleta e que, parte do medo que tinha, já se foi para sempre.
Agora tenho que aprender a mergulhar sem medo e emergir, e a manter-me à tona na posição vertical.
Para já estou bastante satisfeita com este curso.
Acho que isto de aprender a nadar é uma questão muito psicológica. Tudo o que preciso é de saber que está ali alguém para me ensinar o que fazer e sobretudo para me ajudar se eu me vir “em trabalhos”. O facto de estar ali o professor dá-me segurança para explorar o meio aquático, algo que não consigo fazer sozinha.
Acredito que daqui a uns dias já estou apta para nadar como um peixe nessas piscinas naturais dos Açores. Nem que seja de esparguete. :D