A minha infância foi muito solitária. Tão solitária que, ainda hoje, sinto uma ponta de angústia quando percebo que uma criança não tem irmãos. É um sentimento que em nada está relacionado com a criança em causa. É algo meu, muito pessoal e totalmente relacionado com a minha experiência. Vivi a minha infância numa solidão imensa, não só porque brincava sempre sozinha, mas principalmente porque interpretava o mundo sozinha, geria sozinha os meus pensamentos e as minhas (...)
Este é um bocado da minha casa, da cozinha. Nesta fotografia encontra-se um pouco da biografia da minha família. Ora vejamos, da esquerda para a direita: desenhos na parede, feitos pelos meus filhos na creche, entre os 2 e os 4 anos; um quadro feito pela Lara num curso de pintura; numa praleira, frascos com aveia, massa integral e folhas de chá secas, do quintal de amigos. Ao lado das folhas de chá, cartas para o Pai Natal dos meus 3 filhos, inclusive da mais crescida, com 8 anos, (...)
Jantar num dia de verão, numa esplanada estrategicamente localizada numa rua pitoresca, é uma das minhas atividades preferidas. Se existir uma planta, uma árvore ou alguma verdura por perto, a coisa torna-se quase perfeita! Com os meus filhos um pouco mais crescidos, achei por bem partilhar esta atividade satisfatória com eles. Assim, o Milton e eu decidimos ir jantar fora com os miúdos, num dos muitos restaurantes que existem perto da nossa casa, em Ponta Delgada. Reservámos um (...)
Ser diplomático ou ser realista? Acho que é melhor ser diplomático, mas, geralmente, sou realista. Agir pela emoção ou pela razão? Devemos agir pela razão, mas, muitas vezes, deixo-me levar pela emoção. Estou a trabalhar nisso. Esconder os seus sentimentos ou mostrá-los sempre? Normalmente mostro. Os mais íntimos escondo, mas só das pessoas que não precisam de os conhecer. Ser sincera ou dizer o que as pessoas querem ouvir? Ser o mais sincera possível, sem ferir os (...)
Desafio de escrita criativa "52 semanas de 2022" 1- Mostrar-me músicas, filmes, livros, correntes de pensamento ou formas de arte que eu não conheço e que me prendam completamente a minha atenção. Quem, alguma vez, me mostrou músicas fantásticas que eu não conhecia, tem um lugar muito especial na minha mente, ou coração ou lá onde seja. 2- Tratar bem os meus (...)
Ora vamos lá a uma destas publicações lúdicas que tanto serve para nada, como para vocês me conhecerem um bocadinho mais, como para eu me divertir a escrever estas coisas neutras e que não mudam a vida de ninguém. Isto também não pode ser só trabalhar, lavar roupa e fazer coisas potencialmente interessantes e úteis, não é? Vamos a isso. Viver num lugar super movimentado 24 horas por dia ou um lugar sempre calmo onde ninguém passa? De caras, viver num lugar super (...)
Desafio de escrita criativa "52 semanas de 2022" Em geral, não sou uma pessoa de muitos talentos. Tenho, todavia, orgulho num discreto talento que acredito ter: capacidade para selecionar bem as pessoas com quem passo tempo. Tenho a certeza de que existem imensas pessoas boas e interessantes no mundo, mas os meus amigos são, com certeza, algumas dessas pessoas. Não (...)
A minha filha de 7 anos contou-me que um dia, umas meninas na escola gozaram com os sapatos dela, porque estavam velhos e gastos. Ontem, contou-me que, enquanto varria do chão da escola algo que tinha sujado, um menino passou e riu-se dela enquanto a chamava de varredora (isto é mesmo um insulto?!!!) Um dia, no aniversário de um amiguinho, a Lara, que na altura tinha 5 anos, estava a rir-se de outra menina, porque era mais gordinha. Foram excelentes oportunidades de ensinar à (...)
Tinha 14 anos e estava no 10º ano, na primeira aula de Filosofia. Provavelmente a professora estaria a falar dos conteúdos que íamos dar durante o ano ou algo do género e eu fiquei logo extremamente surpreendida. Lembro-me perfeitamente de ter pensado: "A sério que é isto que vou estudar?! Pode ser mesmo real o facto da matéria escolar ser tudo o que povoa a minha mente desde que me lembro de existir?!" Achei aquilo extraordinário! Nunca imaginei, ao longo do meu percurso (...)
Há cerca de dois anos que, em certos contextos, só vemos as pessoas de máscara. É o caso de cabeleireiras, esteticistas, funcionários de lojas, restaurantes, entre muitos outros. Um dia destes, dei por mim a refletir num fenómeno que achei interessante e que, julgo, atingirá a maior parte de nós. Quando tenho algum tempo para conversar com alguém que está de máscara, imagino o seu rosto de determinada forma, de acordo com as impressões que tenho da pessoa. Se é uma pessoa (...)