Eduardo, o empático
Estávamos num jardim, ao final da tarde. As meninas andavam de patins e o Eduardo de triciclo.
A Lara, fiel à sua personalidade aventureira, já não se contenta em andar de patins para cá e para lá e a descer rampas a grande velocidade. Ontem, decidiu começar a saltar os degraus de uma escadaria larga com os patins. Um a um, mas ainda assim, foi suficiente para eu desatar aos gritos, de forma um pouco instintiva.
A Lara, aborrecida, sentou-se no chão.
O Eduardo, vendo-a triste, foi ter com ela e, fazendo-lhe festinhas no capacete, perguntou-lhe o que se tinha passado. A Lara lá lhe contou o sucedido.
Passados uns momentos ele, com 3 anos acabados de fazer, muito sério, vem falar comigo e pede-me que deixe a Lara andar de patins nas escadas. Argumenta que a Lara gosta muito de saltar de patins nas escadas e está muito triste porque eu não a deixo fazer isso.
Confesso que a intervenção do miúdo me deixou emocionada.
Nota: Não por causa do Eduardo, mas, mais tarde, falei com a Lara e expliquei-lhe que eu tinha medo que ela se magoasse, por isso tinha gritado. Disse-lhe que não a quero impedir de fazer o que gosta e não duvido, de maneira nenhuma, das suas capacidades para fazer o que desejar. Disse-lhe, não obstante o anterior, que preciso de um bocadinho mais de tempo para me acostumar a estas coisas.