Três filhos a estudar em anos diferentes = Pais à beira de um ataque de nervos
Agora que os meus filhos estão mais crescidos, as questões que os envolvem começam a tornar-se um pouco mais complexas do que mudar fraldas ou ter de dar atenção a três crianças pequenas ao mesmo tempo.
Os meus três filhos são absolutamente diferentes entre si. Têm diferentes afinidades uns com os outros, e isso é maravilhoso. Gosto muito que assim seja, mas, por vezes, é complicado ter de me focar em tantas questões ao mesmo tempo.
Ora vejamos:
Neste momento, tenho os três na escola, a aprender matérias completamente distintas. Se até este ano pouco ou nada me chateava com a escola, este ano tudo mudou.
A Maria, a minha filha do meio, com 8 anos, é muito responsável com os estudos. Estuda sozinha, perfeitamente, e praticamente "obriga-nos" a estudar com ela quando necessário. Quase nunca é necessário, porque ela é bastante aplicada e deseja ter boas notas.
O Eduardo, aos 6 anos e no 1º ano, é muito aplicado e focado nos estudos. Desde pequenino, o que mais gostava na escola era fazer trabalhos (embora seja muito malandro e brincalhão). Agora está sempre preocupado com as matérias e diz que é o pior da turma em inglês e que os meninos da sala dele já todos sabem ler. Acho-lhe muita graça, porque a preocupação em não ficar para trás é genuína. E faz-me sorrir, porque, de facto, ele está a aprender muito bem. Nunca lhe ensinámos absolutamente nada em casa e, em três meses de escola, ele já sabe ler e escrever frases simples muito bem.
Com a Lara, temos aqui uma situação mais complexa. Ela é muito física e distraída (vamos, inclusive, levá-la a um centro médico para fazer uns testes para despistar algum transtorno de atenção), e o 5º ano está a ser desafiante para ela e para nós.
As notas dela baixaram (o que não nos preocupa de todo, porque não tem negativas) e a vontade de estudar desapareceu quase por completo. Agora que tem muitas disciplinas e professores diferentes, é obrigada a lidar com muitas personalidades que a confrontam, e está a ressentir-se disso.
Do 1º ao 4º ano, a Lara teve uma professora muito querida e amorosa, de quem gosta muito e que lhe deixou as melhores memórias. Uma professora que a marcou profundamente pela positiva. Ao mesmo tempo, a Lara também tinha um professor de Educação Física maravilhoso, que puxava muito por ela e dava as aulas de uma forma muito lúdica e interessante para os miúdos. Nas atividades extracurriculares dela, também está com professores fantásticos, daqueles que sabem mesmo cativar os miúdos e têm verdadeira vocação para o ensino.
Na escola, o caso é diferente. A Lara tem professoras de que gosta muito e, em relação às matérias lecionadas por essas professoras, ela estuda com gosto e vejo que sabe as matérias muito bem. Em relação a outros quatro professores, a Lara está a ter algumas dificuldades.
Uma das professoras já me mandou três notas sobre o comportamento da Lara — sempre distração, nunca má educação. Os professores das matérias que a Lara sempre adorou parecem adotar o grito, a repressão e o reforço negativo como hábito, e a Lara ressente-se muito.
No outro dia, chegou a casa a chorar porque, supostamente, um professor lhe disse que se notava bem "que ela era loura".
Dou por mim a ter que lhe ensinar uma série de coisas em casa porque ela não aprende na escola. Simplesmente tenho de lhe ensinar tudo de novo.
Só não digo que estou muito ressentida com a escola pública porque, na verdade, encontro nela uma boa oportunidade de crescimento e de gestão de conflitos, mas que está a dar-nos trabalho, está.
Por aí, como correm os vossos "anos letivos"? Como é que gerem as coisas com várias crianças?
Aceito (e agradeço) conselhos.