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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Seg | 27.07.20

Ter 3 filhos pequenos ensinou-me a simplificar tudo

 

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Basicamente não tive outro remédio. Com 3 filhos pequenos temos duas hipóteses: ou simplificamos ou ficamos loucos.

Escolhi a primeira.

Então a minha vida tornou-se cada vez mais simples e o meu foco começou a incidir apenas sobre o essencial.

Eis o que mudou:

- Tornei-me cada vez mais minimalista no que diz respeito ao material. Poucos móveis, poucas roupas, poucos sapatos, poucos materiais em geral. É um caminho que ainda estou a percorrer e que se tem tornado muito gratificante. Livrar-nos das coisas liberta. Mesmo.

- Comecei a ser mais eficiente. Tenho muito a melhorar, mas nunca pensei ser tão despachada a cozinhar, limpar a casa e organizar festas de aniversário, férias, etc. O facto é que tenho sempre muito que fazer e, se quero fazer mais do que tratar da casa, das roupas e da comida, tenho que o fazer de uma forma rápida e eficiente. Não há volta a dar. Evidentemente, todo o trabalho é meu e do Milton, sempre. Fazemos os dois.

- Se tiver que optar entre ter algum tempo de lazer com família ou amigos e arrumar a casa, opto sempre pelo primeiro. Sem qualquer arrependimento. Se está sol, vamos todos à praia e deixamos camas por fazer e roupa por lavar. A verdade é que tento arrumar tudo logo de manhã e não acontece muitas vezes deixar tudo desarrumado, mas acontece algumas e não me chateio nada com isso.

- Sou capaz de ir à praia sem ter feito a depilação. Antes, isso nunca aconteceria. Agora, desde que não esteja a ponto de ser confundida com um macaco a 2 metros de distância, não deixo de ir à praia por isso. Se for necessário usarei a amiga lâmina de depilar (embora não goste muito).

- Não me preocupo absolutamente nada com o que os outros pensam de mim (excluindo família e amigos, claro). Na verdade, nunca me preocupei, mas isso é cada vez mais evidente. Faço sempre o melhor que posso em cada situação e conheço as minhas intenções. Se alguém me aborrecer com alguma coisa ou se eu achar que foram injustos comigo, raramente me mexo para esclarecer as coisas. Dou prioridade a outros pensamentos na minha mente. Às vezes deixo as pessoas com pensamentos errados sobre mim sem fazer absolutamente nada para mudar isso. Não sei bem se isto é o mais correto mas não tenho mesmo paciência para mais.

- Comecei a priorizar muito todas as coisas. Defini algumas coisas como essenciais e tudo o resto ficou para último plano. Família, amigos, trabalho, yoga e algum tempo de lazer é tudo a que me dedico de momento. 

- Deixei de ter necessidade de ser extraordinária em alguma coisa. Não que alguma vez tentasse sê-lo, mas ser aceitável passou a parecer-me algo muito atraente.

- Comecei a aceitar-me mais. Talvez isto seja da idade ou do yoga mas estou cada vez mais satisfeita comigo mesma. Não me chateia nada a idade e até as rugas estão a deixar de me incomodar.  Na verdade até as começo a apreciar. Claro que faço exercício físico, tento comer bem e tento cuidar do meu corpo e da minha mente mas sempre com muita tranquilidade.

- Deixei de me culpar tanto quando me sinto uma mãe menos boa. Se erro, peço desculpa aos meus filhos e tento explicar-lhes que em determinado momento não consegui gerir bem as minhas emoções e que a culpa não é deles. Tento sempre melhorar e não repetir erros, mas coloco mais esforço na redenção perante os meus filhos do que na auto flagelação.

- O que é verdadeiramente importante torna-se muito claro. Se antes já era, agora é ainda mais. Restam poucas dúvidas sobre o que fazer ou qual o caminho a seguir. Basicamente pensamos nos filhos e no bem-estar deles acima de tudo. Curiosamente isso às vezes significa pensar mais em nós e no que nos deixa mais confortáveis. O que queremos é que os nossos filhos estejam bem e queremos, também, estar bem para eles. É por isso que fazemos dietas, yoga e tentamos melhorar o nosso estilo de vida e a nós próprios. Indiretamente, eles empurram-nos para os melhores caminhos.

Concluo, portanto, que ter 3 filhos pequenos, ao contrário do que imaginava, tornou a minha vida muito mais simples. 

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