Ler Tolstoi é como degustar uma bebida forte, encorpada e saborosa, mas que é preciso apreciar devagar e com moderação. A forma como ele desenlaça e coloca a nu os mecanismos da mente e os mais profundos sentimentos humanos é envolvente, mas, ao mesmo tempo, pesada e até embaraçante. Sinto que, ao ler Tolstoi, entramos nas profundezas da nossa alma como se estivéssemos numa sessão de psicoterapia intensa. É por isso que este autor é tão único e tão interessante, assim como (...)
Num mundo onde o tempo é um recurso escasso e o trabalho domina a maior parte do nosso dia, é fácil perder de vista o que realmente importa. E quando se trata de criar e educar os nossos filhos, percebo que é o tempo que se torna o recurso mais valioso, até mais do que o dinheiro. Atualmente, com os horários de trabalho cada vez mais longos e as exigências constantes da vida profissional, sinto que o tempo que tenho com os meus filhos é uma corrida contra o relógio. Passamos os (...)
Também vos acontece isso? Há dias em que o esforço mental necessário para agir de forma mais ou menos normal me esgota completamente. Há dias em que até lidar comigo própria é difícil. Acho particularmente complicado lidar com pessoas que dizem coisas que não fazem sentido nenhum para mim. Nessas situações, é como se estivessem a falar debaixo de água; eu até perco a capacidade de ouvir. E essas pessoas não têm culpa nenhuma, apenas estamos a olhar para diferentes partes (...)
GPT-7, porque é que só me sinto "eu própria" numa cidade grande? Diz-me ele: Gostas de passar despercebida entre a multidão. Numa cidade grande és só mais uma. Ali não és diferente, não és esquisita, não és desadequada e podes ser o que quiseres: uma senhora, um troglodita, ou uma casca de banana movida a pilhas. Ali não estás exposta, nem és julgada. Podes falar alto, baixo ou não falar de todo. Basicamente ninguém quer saber. E tu gostas disso. Dessa liberdade, (...)
Foto da Tasca do Isaías retirada daqui. Sesimbra tem o céu mais cor-de-rosa que já vi. É assim que me lembro desta vila onde passei muitos dias de verão. Lembro-me dos dias, longos e bonitos , dos passeios pela vila, que é acolhedora duma (...)
Há objetos "antigos" ou "clássicos" que me deixam algumas saudades. As cassetes, por exemplo. As cassetes são um símbolo da adolescência, da música, da expetativa de ouvir algo novo ou de gravar programas da rádio, o que nos dava a alegria infinita de usufruir das nossas músicas preferidas sem gastar dinheiro. Como minimalista em formação, o facto de conseguirmos ouvir milhares (ou milhões) de músicas num aparelho tão pequeno como um telemóvel, causa-me sentimentos (...)
Naturalmente, vamos passar aos nossos filhos meia dúzia de valores, que são realmente importantes para nós, e negligenciar outros tantos. A minha filha mais velha, por exemplo, não usa dispositivos eletrónicos quando está com outras pessoas, sabe que deve comer de forma saudável, investe mais tempo a ler do que a ver televisão e nem sabe bem o que são Redes Sociais. Mas, num restaurante, é capaz de se comportar como uma selvagem, comendo de boca aberta e fazendo (...)
A minha infância foi muito solitária. Tão solitária que, ainda hoje, sinto uma ponta de angústia quando percebo que uma criança não tem irmãos. É um sentimento que em nada está relacionado com a criança em causa. É algo meu, muito pessoal e totalmente relacionado com a minha experiência. Vivi a minha infância numa solidão imensa, não só porque brincava sempre sozinha, mas principalmente porque interpretava o mundo sozinha, geria sozinha os meus pensamentos e as minhas (...)
Este é um bocado da minha casa, da cozinha. Nesta fotografia encontra-se um pouco da biografia da minha família. Ora vejamos, da esquerda para a direita: desenhos na parede, feitos pelos meus filhos na creche, entre os 2 e os 4 anos; um quadro feito pela Lara num curso de pintura; numa praleira, frascos com aveia, massa integral e folhas de chá secas, do quintal de amigos. Ao lado das folhas de chá, cartas para o Pai Natal dos meus 3 filhos, inclusive da mais crescida, com 8 anos, (...)