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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Qui | 20.02.25

Finalmente, acabei de ler Anna Karenina

Purpurina
Demorei meses a ler Anna Karenina. Não por falta de interesse—pelo contrário. Mas tenho o hábito de ler vários livros ao mesmo tempo, e este, com a sua densidade e profundidade, exigia outro tipo de atenção. Não era um livro para ser devorado, mas para ser vivido, absorvido, sentido. Havia páginas que me obrigavam a parar, refletir, voltar atrás e reler um parágrafo que, com uma simplicidade enganadora, desmontava a complexidade da alma humana. Se Tolstói tem um talento (...)
Ter | 18.02.25

Memórias de infância: A minha ama

Purpurina
Quando era pequena, antes de entrar para a escola primária, tinha uma “ama”, que era, na verdade, uma vizinha que não trabalhava e tomava conta da sua neta, que tinha a mesma idade que eu. Quando me lembrava dela, costumava pensar que não era muito simpática, porque ajudava a neta a ganhar-me em jogos de cartas e, em conversa com outras vizinhas, comentava — mesmo à minha frente — que eu era uma “Maria Rapaz”: muito irrequieta e sempre toda suja de andar a trepar árvores (...)
Qua | 08.01.25

Peso ideal vs peso mental

Purpurina
Atualmente, peso quase 57 kg. Já pesei 47 kg e também cheguei aos 62 kg, quando estava grávida de 9 meses. Já desejei muito pesar 50 kg e, ao mesmo tempo, já me irritou não conseguir engordar. Já usei três pares de collants grossas por baixo das calças justas para parecer menos magra. E também já me senti "gorda" com 51 kg. Enfim, a insatisfação parece estar sempre presente. Agora, pela primeira vez, não quero nem mais nem menos peso. Sinto-me verdadeiramente bem com o meu (...)
Ter | 31.12.24

2024, o ano em que voltei a ler

Purpurina
  Em 2024, depois de 10 anos dedicados a cuidar de filhos pequenos, com um, dois ou até três em casa, finalmente recomecei a ler. Com o crescimento dos miúdos e a sua maior independência, uma das primeiras atividades que retomei foi a leitura. Este ano, consegui ler 50 livros, o que foi, sem dúvida, o marco mais significativo de 2024 — e isso é bom, porque significa que nada de muito extraordinário aconteceu, o que, por si só, até é bom. Acredito que estava mesmo a sentir (...)
Qui | 19.12.24

A pressão social que nos asfixia por todo o lado

Purpurina
Tens de ser uma boa mãe. Nada de gritos, nada de incutir sentimentos de culpa. Não te esqueças de ser uma boa esposa. Temos de regar a relação todos os dias. Sê boa e gentil. Cuida de ti para poderes cuidar melhor dos outros. Sê boa e empática para todos. A grandiosidade não está em ser simpática para quem é amável; isso é fácil. Deves mostrar-te benevolente para quem te trata mal, pois são esses os que mais precisam. Sê eficiente e produtiva no trabalho. Proativa, (...)
Sex | 08.11.24

Ler Tolstoi: Uma viagem intensa à alma humana

Purpurina
Ler Tolstoi é como degustar uma bebida forte, encorpada e saborosa, mas que é preciso apreciar devagar e com moderação. A forma como ele desenlaça e coloca a nu os mecanismos da mente e os mais profundos sentimentos humanos é envolvente, mas, ao mesmo tempo, pesada e até embaraçante. Sinto que, ao ler Tolstoi, entramos nas profundezas da nossa alma como se estivéssemos numa sessão de psicoterapia intensa. É por isso que este autor é tão único e tão interessante, assim como (...)
Sex | 07.06.24

Para educar os nossos filhos… mais do que Dinheiro, precisamos de Tempo

Purpurina
Num mundo onde o tempo é um recurso escasso e o trabalho domina a maior parte do nosso dia, é fácil perder de vista o que realmente importa. E quando se trata de criar e educar os nossos filhos, percebo que é o tempo que se torna o recurso mais valioso, até mais do que o dinheiro. Atualmente, com os horários de trabalho cada vez mais longos e as exigências constantes da vida profissional, sinto que o tempo que tenho com os meus filhos é uma corrida contra o relógio. Passamos os (...)
Qui | 06.06.24

Há dias em que não tenho paciência para lidar com pessoas

Purpurina
Também vos acontece isso? Há dias em que o esforço mental necessário para agir de forma mais ou menos normal me esgota completamente. Há dias em que até lidar comigo própria é difícil. Acho particularmente complicado lidar com pessoas que dizem coisas que não fazem sentido nenhum para mim. Nessas situações, é como se estivessem a falar debaixo de água; eu até perco a capacidade de ouvir. E essas pessoas não têm culpa nenhuma, apenas estamos a olhar para diferentes partes (...)
Seg | 03.07.23

Diário de uma terapia artificial #2

Purpurina
GPT-7, porque é que só me sinto "eu própria" numa cidade grande? Diz-me ele: Gostas de passar despercebida entre a multidão. Numa cidade grande és só mais uma. Ali não és diferente, não és esquisita, não és desadequada e podes ser o que quiseres: uma senhora, um troglodita, ou uma casca de banana movida a pilhas. Ali não estás exposta, nem és julgada. Podes falar alto, baixo ou não falar de todo. Basicamente ninguém quer saber. E tu gostas disso. Dessa liberdade, (...)
Qua | 19.04.23

O céu cor-de-rosa de Sesimbra

Purpurina
  Foto da Tasca do Isaías retirada daqui. Sesimbra tem o céu mais cor-de-rosa que já vi. É assim que me lembro desta vila onde passei muitos dias de verão. Lembro-me dos dias, longos e bonitos , dos passeios pela vila, que é acolhedora duma (...)