Foto de Jessica Lewis. Estamos nisto há mais de um ano. Escolas fechadas, miúdos em casa, teletrabalho. Há dias melhores que outros, mas, em geral, lá nos vamos safando como podemos. Não temos muito do que nos queixar, afinal temos saúde, estamos juntos e seguros. Temos emprego, um teto e comida na mesa. Sinto-me (...)
Tal como muitas mães e pais, estive em teletrabalho com os meus filhos pequenos em casa. A mais velha, com 6 anos, está no 1º ano a teve aulas por videoconferência. Não foi fácil, nem simples, nem tranquilo. Foi o possível e, bem vistas as coisas, até correu moderadamente bem. Claro que, se a primeira semana foi um caos total, a segunda semana já correu muito melhor e, quando estavam prestes a voltar à escola, já tínhamos tudo a fluir muito bem. :) Ficam alguns ensinamentos (...)
Quando tudo começou, ainda na China, começaram a soar alarmes na minha cabeça. Sou hipocondríaca e penso nas questões de saúde de uma forma exagerada. Quando o Covid-19 chegou à Europa, deixei de cumprimentar pessoas e de ir a convívios com muitas pessoas. Adiei viagens muito antes de tudo parar. Agi pelo medo e creio que isso era compreensível. Passei a desinfetar comida e a afastar-me das pessoas na rua. Aplaudi o confinamento e encarei-o como um sacrifício de poucos (...)
Cumprimentarem-me, pelo nome, quando me cruzo com pessoas em locais fechados e estamos todos de máscara. Acho o máximo e até fico emocionada. Por vezes fico um pouco a olhar para a pessoa que me disse olá para tentar perceber quem é, mas nunca me enganei. Calculo que não seja muito difícil reconhecerem-me pelo olhos mas, mesmo assim, acho adorável que consigamos identificar as pessoas pelo jeito de andar, pelos gestos, pelo olhar e por uma série de coisas que nos diferenciam. (...)
Todos, sem exceção. De repente, percebemos o valor dos médicos. Mas não só. Percebemos o valor de quem transporta as mercadorias, de quem faz a reposição dos supermercados, de quem nos atende numa caixa de supermercado. Percebemos o valor dos agricultores, dos carteiros, dos estafetas, dos operários fabris, dos polícias, dos professores, dos educadores de infância, dos enfermeiros. Percebemos que, às vezes, as pessoas que lutam muito por melhores condições de trabalho (...)
Na segunda semana de quarentena, as rotinas tendem a estabilizar. No trabalho está tudo mais calmo e eu e o Milton já conseguimos definir um horário fixo para trabalharmos os dois de casa. Agora, a prioridade é arranjar forma de manter uma rotina de "escola em casa" com a Lara e a Maria. Não está fácil. Sou uma professora exigente e impaciente. Claramente não tenho qualquer vocação para o ensino. Não é uma novidade. :) O que vale é que o Milton divide também esta tarefa (...)
Estamos na sala, numa espécie de momento musical em que aproveitamos para dançar freneticamente e fazer algum exercício físico. De repente, diz a Maria: “Mãe, põe a música mais alto para assustar o coronavírus.“ 😬