Também poderia ser: "O dia em que a minha filha mais velha me envergonhou". Só que não. Tudo começou (ou acabou, conforme o ponto de vista) com um telefonema que recebi da Educadora do Eduardo. Assim que uma Educadora se identifica como tal, fico logo cheia de nervos. Quem é mãe, saberá do que falo. Digo logo, sem cerimónia: "Sim, sim, Diga, diga, por favor." Querida e perspicaz como é, ou pressentindo o pânico da minha voz, a primeira coisa que a Educadora disse foi que o (...)
Talvez por ser o meu terceiro filho e eu querer muito mantê-lo pequenino enquanto for possível, parece-me que o Eduardo está a crescer mais rápido do que as irmãs. Olho para ele e vejo um mini homenzinho, cheio de personalidade e discrição, a fazer valer as suas vontades com alguma diplomacia ou usando a força bruta quando lhe apraz (ou julga que é o caminho mais eficaz). Fez 3 anos há um mês e já não usa fralda, nem de dia nem de noite. Imaginava que com ele fosse tudo (...)
Isto tem duas fases e o efeito não é imediato. Vamos praticando. Ouvimos muitas reclamações. Insistimos. Vai melhorando. Cá em casa tem resultado. Primeiro desligamos a televisão. Depois indicamos às crianças que não haverá televisão ou quaisquer outras vantagens previstas se elas não se entenderem. Normalmente digo que, enquanto existir um dos meus filhos a reclamar do outro ou a chorar por causa de algo que outro fez ou a bater num irmão, não há vantagens para (...)
Estávamos num jardim, ao final da tarde. As meninas andavam de patins e o Eduardo de triciclo. A Lara, fiel à sua personalidade aventureira, já não se contenta em andar de patins para cá e para lá e a descer rampas a grande velocidade. Ontem, decidiu começar a saltar os degraus de uma escadaria larga com os patins. Um a um, mas ainda assim, foi suficiente para eu desatar aos gritos, de forma um pouco instintiva. A Lara, aborrecida, sentou-se no chão. O Eduardo, vendo-a (...)
Os meus filhos fartam-se de brigar. E isso faz-me muita impressão, a mim, que sempre quis muito ter irmãos e nunca tive. Quando era apenas a Lara e a Maria, elas brigavam, mas as situações nunca descambavam em muita violência. Eu fui bastante assertiva na primeira vez que a Lara bateu na Maria, tinha a lara uns 3 anos, e, durante muito tempo, a Lara não se atreveu a repetir a proeza. Depois nasceu o Eduardo, com aquela força bruta e energia inesgotável, e tudo mudou. Às (...)
Neste momento estamos a dar uma grande folga à televisão mas, durante o confinamento, quando fiquei em teletrabalho e com os três miúdos em casa, que o Eduardo andava viciadíssimo no Panda e os Caricas. Fazia um grande estrondo para tentar ver o "Didi" (como lhe chama). Eu fazia o que podia para o manter afastado da televisão, mas era mesmo complicado. Ele arranjava qualquer oportunidade para me apanhar o comando e, ele próprio, ligar a televisão e desenrascar-se. Nem dois anos (...)
Creio que é preciso dar mimos a todos os filhos. Dar-lhes muitos beijos, muitos abraços, muitas festinhas, muito colo, dizer-lhe muitas vezes o quanto os amamos. Faço isso todos os dias, com todos os meus filhos. Mas, quando paro para pensar nisso, percebo que a Maria, a minha filha do meio, precisa especialmente desses mimos. Ela está entre a irmã mais velha, que admira imenso e segue para todo o lado, e o bebé que, naturalmente, requer mais atenção. Sinto que, mesmo sem (...)
Como há muito tempo não estávamos. Começo mesmo a acreditar que a televisão e os tablets são, muitas vezes, um elemento a evitar ao máximo. Começo já por dizer que usei, uso e usarei a televisão e os tablets sempre que precisar. Já os usei muito e não vou cuspir no prato onde comi e comerei. Todavia, vou fazer por evitar sempre que possível recorrer a eles. Há 15 dias que a televisão só é ligada aos fins de semana. Os miúdos reclamaram nos primeiros dias, mas (...)
O Eduardo descobriu que tem voz. E que pode utilizá-la para exprimir a sua vontade. Com veemência. Este facto tem tornado as nossas manhãs e noites um pouco ensurdecedoras. Ocorre que temos apenas uma televisão. E o Ipad da casa avariou e não o substituimos. Ocorre ainda que existem mais duas crianças em casa que calham a não ter o mesmo gosto para programação televisiva. De modo que resolvemos a questão da única maneira que julgamos possível: ninguém vê televisão. Pronto. (...)
A Lara acabou de fazer 6 anos. Espanta-me, todos os dias, o quanto cresceu e a rapariga em que se está a tornar. Na verdade é bem parecida comigo mas numa versão um milhão de vezes melhor. A Lara é muito tímida mas isso não a impede de fazer amigos e fazer de tudo para os outros se divertirem. Está praticamente sempre a rir e a fazer palhaçadas. De tudo faz uma brincadeira e encontra funções inusitadas para todas as coisas. Adora desenhar, jogar à bola, colecionar (...)