Esta é a pergunta que parece importar no fim. Provavelmente, já todos ouviram falar da série “do momento”: Adolescência. Muito resumidamente, trata-se de uma série de quatro episódios sobre os motivos que levaram um adolescente de 13 anos a matar uma colega da escola. É um drama que se centra no impacto psicológico desta tragédia sobre a família e, principalmente, sobre o pai do rapaz que comete o crime. “Onde é que errei como pai?” é a pergunta duríssima que fica no ar. (...)
Tinha 13 anos - e uma disposição muito alegre, como se pode ver na foto- quando decidi, com uma amiga, experimentar danças de salão. Olhando para trás, não sei bem se gostava ou não das aulas. Acho que, mais do que entusiasmo, era uma forma de ocupar o tempo para além da escola. Talvez já naquela altura tivesse a tendência de me colocar em situações desconfortáveis só para testar os meus próprios limites emocionais. A verdade é que não me identificava com os outros (...)
Não sei de quem é esta expressão. Não é minha, mas concordo inteiramente com ela. Na prática, no entanto, é difícil aplicá-la. Sinto que, com a minha filha mais velha, a Lara, muitas vezes caio na tentação de lhe preparar a estrada. Com os outros filhos também, mas acredito que, com a experiência, vou conseguindo evitar fazê-lo. O que tento, à medida que os meus filhos crescem, é preparar cada vez menos a estrada para eles e ajudá-los a ganhar as ferramentas de que (...)
Estávamos os três na cozinha: eu, o Eduardo e a Lara. Tinha acabado de estudar com a Lara sobre a formação de Portugal, quando o Eduardo, curioso como sempre, fez uma pergunta qualquer. Respondi sem pensar muito: — Eduardo, Portugal existe porque D. Afonso Henriques brigou com a mãe. Ele franziu a testa, pensou um pouco e, com toda a seriedade, concluiu: — Então isso quer dizer que foram os dois para o gabinete. Claramente estava a lembrar-se do que acontece na escola quando (...)
Agora que os meus filhos estão mais crescidos, as questões que os envolvem começam a tornar-se um pouco mais complexas do que mudar fraldas ou ter de dar atenção a três crianças pequenas ao mesmo tempo. Os meus três filhos são absolutamente diferentes entre si. Têm diferentes afinidades uns com os outros, e isso é maravilhoso. Gosto muito que assim seja, mas, por vezes, é complicado ter de me focar em tantas questões ao mesmo tempo. Ora vejamos: Neste momento, tenho os três (...)
Se há algo que a maternidade nos ensina, é que, se queremos que os nossos filhos adotem determinados comportamentos, temos de ser o melhor exemplo desse comportamento. Eu, no entanto, funciono um pouco ao contrário. Tenho algum receio das características menos positivas da minha personalidade que os meus filhos possam herdar, por isso, ao invés de ser o exemplo do que se deve fazer, acabo por me dar como exemplo do que nãose deve fazer. E, sim, faço questão de lhes dizer que (...)
Os meus filhos têm 6, 8 e 10 anos e, este ano, todos regressaram às aulas, cada um numa fase diferente. A Maria, de 8 anos, começou o 3.º ano na mesma escola, com a mesma turma e professora. Tudo tranquilo. Ela já conhece toda a gente, é boa aluna e não se prevêem complicações. O Eduardo, de 6 anos, entrou para o 1.º ano. Continua na mesma escola e com a mesma turma, mas agora com um novo professor. Tendo em conta que ele adora fazer atividades nos livros e estava ansioso por (...)
"Fazer queixinhas é feio." ou "Não quero que faças queixinhas." Já repeti estas frases aos meus filhos vezes sem conta, principalmente quando fazem queixas uns dos outros, por motivos que, do alto da minha amnésia sobre o que é ser criança, considero tolos. Depois de pensar um pouco melhor, explico-lhes a diferença entre a denúncia necessária e a intriga. É importante ensinar aos nossos filhos que é errado dizer alguma coisa apenas com o objetivo de prejudicar alguém como: (...)
De manhã, no carro, surgiu o tema. Devo ter perguntado aos meus filhos, como faço ocasionalmente, se alguém lhes batia na escola. Não coloco muito peso na pergunta. Na verdade, tento falar disso de uma forma descontraída, como se estivesse a falar de uma banalidade qualquer. Não quero que eles achem que precisam de me esconder alguma coisa que se passe na escola. Em menos de nada começaram a contar as suas histórias. E, pelo que conheço deles e pelo que vou perguntando às (...)
Hoje vou falar do Eduardo, mas o mesmo se aplica à Lara e à Maria, aos seus professores, auxiliares e a todos os que trabalham na escola que eles frequentam. Faço referência a apenas três episódios (de muitos mais que existem, todos os dias), porque são os mais recentes. Apenas por isso. Muitos são bastante privados e não tenho a certeza de que possa mencioná-los aqui, por isso não o faço. 1- O Eduardo esteve uma semana em casa com gripe A. No dia em que voltou à escola (...)