Basta deixá-la usar a criatividade. Deixei a Lara na cozinha durante uns minutos e, quando regressei, estava a fazer uma torre de lápis de cor. Às vezes o melhor que fazemos é deixá-los brincar como bem entendem (dentro dos limites que consideramos razoáveis). No útimo fim-de-semana, por exemplo, deixei-a brincar numa poça de lama num parque a que fomos. Ela aproveitou a lama e algumas pedras para fazer um castelo. Sujou-se toda, mas divertiu-se muito. A roupa... lava-se.
Com uma grande dose de paciência e alguma convicção. Por aqui, temos fases. Nas fases de cansaço extremo, em que queremos só mais 10 minutos para dormir de manhã, o Milton, em modo semi-automático, liga a televisão aos miúdos. Nos dias em que estamos mais convictos e capazes de ouvir umas reclamações mais ou menos agudas, indicamos que não vai haver televisão e que devem entreter-se de uma forma mais rudimentar, que é como quem diz: brincando. A regra costuma ser sempre (...)
Isto tem duas fases e o efeito não é imediato. Vamos praticando. Ouvimos muitas reclamações. Insistimos. Vai melhorando. Cá em casa tem resultado. Primeiro desligamos a televisão. Depois indicamos às crianças que não haverá televisão ou quaisquer outras vantagens previstas se elas não se entenderem. Normalmente digo que, enquanto existir um dos meus filhos a reclamar do outro ou a chorar por causa de algo que outro fez ou a bater num irmão, não há vantagens para (...)
Como há muito tempo não estávamos. Começo mesmo a acreditar que a televisão e os tablets são, muitas vezes, um elemento a evitar ao máximo. Começo já por dizer que usei, uso e usarei a televisão e os tablets sempre que precisar. Já os usei muito e não vou cuspir no prato onde comi e comerei. Todavia, vou fazer por evitar sempre que possível recorrer a eles. Há 15 dias que a televisão só é ligada aos fins de semana. Os miúdos reclamaram nos primeiros dias, mas (...)
Os gritos eram meus pelo que, em princípio, não deveria ser difícil acabar com eles. Bastava que deixasse de exprimir a minha exaltação gritando. Mas não é tão simples assim. Na terceira semana em teletrabalho, em casa, com três filhos pequenos, dei por mim com os nervos todos escangalhados. O facto é que passava boa tarde do dia a gritar com os miúdos, com os miúdos agarrados a mim durante as reuniões e sempre com a sensação de manta curta, sem conseguir fazer nada bem. (...)
Estivemos em casa nos últimos dias de "mini-férias" de Natal, sem grandes folgas para ir passear até um parque ou um jardim. Basicamente choveu o tempo todo e, se não chovia, estava um frio bastante desencorajador de passeios. Ficámos os 5 em casa, portanto. Claro que as crianças viram muita televisão e jogaram no iPad. Mais do que nós gostaríamos. Não há como negar. Mas, a verdade é que não passaram o tempo todo a ver televisão e, tanto quanto nos foi possível, (...)
Três filhos depois, deparo-me com questões que já deviam ter sido ultrapassadas há muito tempo. Uma delas será: "Como deixar de embalar um rapazito de dois anos e habituá-lo a dormir sozinho?" A Lara, a mais velha, foi habituada a ser embalada para dormir. A Maria nunca foi embalada para dormir. Era deitá-la no berço e pronto. O rapaz, o maior e mais pesado dos três, já fez dois anos e ainda era embalado pelo pai para dormir. Era. Já não é. De um dia para o outro começou (...)
A Lara apanhou uma infeção bacteriana, comum em crianças da idade dela, mas que implicou a tomada de um antibiótico específico que não existe em xarope. Assim, ela tinha umas cápsulas enormes para tomar, de 8 em 8 horas, durante uma semana. A solução da pediatra foi desfazer o conteúdo da cápsula numa colher com água para a Lara conseguir tomar. Acontece que o sabor daquele pó é intragável (o Milton confirmou) e a Lara recusava-se a tomar aquilo. Na primeira vez cuspiu o (...)
Quando pensei em ter um segundo filho, tinha uma certeza ingénua de que dois irmãos iam dar-se naturalmente bem: iam ser muito amigos, brincar juntos, rir juntos e ter uma cumplicidade única. Claro que esta ideia romântica da relação entre irmãos estava totalmente condicionada pela minha mente de filha única cujo maior desejo sempre foi ter um irmão ou uma irmã. Hoje, tenho 3 filhos com idades muito próximas - 17 meses, 3 anos e 5 anos - e uma visão muito mais realista da (...)
Dormir. Deitar-me mais cedo e acordar mais cedo. Obrigar-me, mesmo, a deitar-me mais cedo. Mas, com a quantidade de coisas “extra domésticas” que quero fazer todos os dias só me deitaria cedo se bebesse uma garrafa de vinho tinto às 17h00. Organizar-me e parar de pensar demais. Organizo-me bem. Que remédio! Com 3 filhos pequenos e 35 pares de meias, 35 pares de cuecas, de calças, de camisolas, de pijamas e de toalhas para lavar todas as semanas, 35 refeições para fazer ao (...)