A Lara tem 11 anos. Em teoria, acho que sou mãe de uma pré-adolescente há dois anos, mas nunca o notei. A Lara, para mim, é ainda uma criança. É assim que a vejo e é assim que ela se vê. Parece-me pouco interessada na adolescência e em crescer, assumindo as mudanças que se avizinham com uma resignação despreocupada — típica da sua personalidade. Continua a dar-se muito bem com meninos mais novos do que ela e a gostar, acima de tudo, de brincar, criar coisas e divertir-se. Se (...)
Lembro-me bem de ter 5 anos. Lembro-me de ter a cabeça cheia de dúvidas existenciais, questões filosóficas tão grandes e abrangentes que ainda hoje vivem na minha mente. Curiosamente, o Eduardo, agora com 6 anos, parece ser o meu filho que herdou essa veia filosófica da mãe. Entre as suas muitas perguntas de caráter mais prático, como: “Como é que os peixes respiram?” ou “Como é que vou ganhar dinheiro quando for crescido?”, surgem outras como: “Existe um espírito no (...)
Quando eu tinha 13 ou 14 anos, ainda não era verdadeiramente uma adolescente. Cresci mais tarde — talvez só a partir dos 15. Durante toda a minha infância, até essa idade, tive poucos estímulos exteriores. Tínhamos apenas dois canais de televisão, com uma programação limitada e pouco variada. Não havia internet, nem redes sociais, nem dispositivos móveis. Não frequentava qualquer atividade extracurricular — tirando uma breve passagem pelas danças de salão, aos 13 — e (...)
Durante muito tempo, a educação dos meus filhos foi o principal investimento do nosso núcleo familiar. Continua a ser uma prioridade, mas, este ano, a minha filha mais velha, de 10 anos, passou a estudar numa escola pública. O colégio onde a Lara estudou durante 8 anos era o melhor lugar que poderíamos desejar para ela: acolhedor, familiar, alinhado com os nossos valores principais e, acima de tudo, com as crianças e a sua formação no centro de toda a sua atividade. Lá, os meus (...)
As novas tecnologias e a Internet têm sido fundamentais para a minha felicidade. Utilizo quase tudo, exceto os shorts e o TikTok, para me manter organizada, monitorizar a minha saúde com uma pulseira e procurar receitas e dicas de organização. Além disso, aprendo diariamente através de podcasts. A Internet encurta distâncias e abre um mundo de possibilidades infinitas, e eu adoro isso. No entanto, não deixo os meus filhos usarem a Internet sem uma supervisão rigorosa. Atualmente, (...)
Os meus filhos, com 6, 8 e 10 anos, já participaram em várias atividades extracurriculares: natação, karaté, zumba, patinagem, futebol, viola da terra, pintura, coro e piano. Algumas destas atividades foram comuns a todos, enquanto outras se adequaram mais aos interesses individuais de cada um. Ao longo do tempo, houve desistências, o que ocorreu de forma bastante pacífica cá em casa. Noutras ocasiões, quando os viam desmotivados em relação a certos aspetos, insistimos para (...)
Foi um desafio. Essa é a verdade. Os meus filhos adoram ver televisão, jogar na PlayStation e no tablet. Muitas vezes, é exatamente isso que fazem, especialmente quando estou ocupada com o trabalho, a cozinhar ou concentrada em outras tarefas. No entanto, consciente dos malefícios do excesso de tempo em frente aos ecrãs, tomei uma decisão: organizei-me no sábado, despachei todas as obrigações e reservei o domingo para um “dia sem ecrãs”. Estava sozinha com os três, que (...)