Basta deixá-la usar a criatividade. Deixei a Lara na cozinha durante uns minutos e, quando regressei, estava a fazer uma torre de lápis de cor. Às vezes o melhor que fazemos é deixá-los brincar como bem entendem (dentro dos limites que consideramos razoáveis). No útimo fim-de-semana, por exemplo, deixei-a brincar numa poça de lama num parque a que fomos. Ela aproveitou a lama e algumas pedras para fazer um castelo. Sujou-se toda, mas divertiu-se muito. A roupa... lava-se.
A Lara está sempre a fazer coisas para nos oferecer. No outro dia ofereceu-me um pinguim de papel, uma espécie de origami matrioska de onde iam saindo pinguins de papel mais pequenos. Acho incrível como uma miúda de 8 anos tem a capacidade de nos fazer tão felizes!
É o que a Lara diz que quer ser quando crescer. O facto é que, com a comida e com as atividades do quotidiano em geral, a Lara nunca faz nada da forma habitual, ou típica ou esperada. Está sempre a inventar formas diferentes de fazer as coisas. E eu, que tantas vezes lhe digo para fazer as coisas convenientemente, pergunto-me o que é que é conveniente para ela? Deixar a sua imaginação fluir ou ser limitada por regras que nem sabemos quem inventou e que talvez não façam assim (...)
Na preparação de uma festa para comemorar uma visita da avó, a Lara pendurou alguns balões pela casa. Um deles no candeeiro de pé da sala. Hoje resolveu personalizar o balão. Quando o pai lhe perguntou o que era aquela "obra criativa" ela respondeu que era o polícia da sala, que estava ali a vigiar.