Estávamos num jardim, ao final da tarde. As meninas andavam de patins e o Eduardo de triciclo. A Lara, fiel à sua personalidade aventureira, já não se contenta em andar de patins para cá e para lá e a descer rampas a grande velocidade. Ontem, decidiu começar a saltar os degraus de uma escadaria larga com os patins. Um a um, mas ainda assim, foi suficiente para eu desatar aos gritos, de forma um pouco instintiva. A Lara, aborrecida, sentou-se no chão. O Eduardo, vendo-a (...)
Fiquei um minuto inteiro sem ouvir barulho o que, num apartamento com três crianças pequenas (acordadas), é praticamente uma impossibilidade. Fui ao meu quarto, ao quarto deles... nada. Na cozinha ninguém, na sala também não. Não suspeitei da casa de banho porque a porta estava fechada e não costumam ir para lá. Quando abri a porta da casa de banho, lá estavam os três, sentados numa roda, às escuras. A Lara, com uma lanterna, contava histórias assustadoras baixinho. (...)
Se estou com a Lara e o Eduardo em casa, a Lara ajuda-me muito a tomar conta do irmão. E fá-lo de uma forma enternecedora, animada e muito querida. É capaz de tomar conta dele o dia todo, brincando com ele e entretendo-o para eu poder fazer o almoço, arrumar a casa e tratar do que é preciso. Faz-me mesmo muita diferença esta ajuda da Lara. É evidente que vou sempre vendo como estão a correr as coisas, mas nunca precisei de intervir em nada porque a Lara mostra-se bastante (...)