Sou fã das novas tecnologias, mas prefiro que os meus filhos não as usem.
As novas tecnologias e a Internet têm sido fundamentais para a minha felicidade. Utilizo quase tudo, exceto os shorts e o TikTok, para me manter organizada, monitorizar a minha saúde com uma pulseira e procurar receitas e dicas de organização. Além disso, aprendo diariamente através de podcasts. A Internet encurta distâncias e abre um mundo de possibilidades infinitas, e eu adoro isso.
No entanto, não deixo os meus filhos usarem a Internet sem uma supervisão rigorosa. Atualmente, podem usar dispositivos para jogar, ver séries e filmes. Em breve, a Lara começará a usá-los para pesquisas escolares, uma situação que me desagrada, pois agora as aulas incluem tablets — um tema que merece uma discussão mais aprofundada.
Vejo a Internet como uma grande cidade, cheia de oportunidades, mas também de perigos. Eu sei como me mover com segurança, mas os meus filhos ainda não têm essa experiência, e não posso estar sempre ao lado deles para os orientar.
Por isso, há 10 anos que tento redirecionar a atenção da Lara e, posteriormente, dos irmãos, para atividades como ler, andar de bicicleta, jogar jogos de tabuleiro, passear, socializar com amigos, praticar desporto e participar em atividades culturais.
Claro que, em dias de chuva, lidar com três crianças cheias de energia em casa é como domar cavalos selvagens. A minha garganta sofre com os gritos, mas no final do dia, não me arrependo do cansaço.
Vou ensinando lentamente sobre o uso responsável da Internet, mas com 6, 8 e 10 anos, não acho que eles tenham a maturidade necessária para tomar decisões informadas.
Por agora, eles agem como "excluídos digitais", sem acompanhar algumas conversas dos amigos. No caso da Lara, muitas vezes não tem com quem brincar durante os intervalos, já que a maioria das crianças está mais ocupada com as telas dos telemóveis (outro assunto que pretendo discutir aqui futuramente).
Nos manuais escolares, desde o 3º ano, já se fala de YouTube, influencers e símbolos digitais, muitos dos quais são desconhecidos para os meus filhos. Felizmente, também são abordados os perigos da Internet. Por agora, continuo a dialogar sobre os riscos e benefícios, antes de abrir completamente essa porta. Talvez seja apenas uma retrógrada convicta, mas ainda acredito que algumas coisas deveriam ser reservadas para pessoas com mais de 16 anos, experiência e maturidade.