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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Seg | 10.04.23

Rocha da Relva, um oásis de tranquilidade dentro de uma ilha

Captura de ecrã 2023-04-04 à(s) 22.38.55-2.png

Enquanto descia o caminho estreito, que era de terra em alguns sítios e de cimento noutros, ia estranhando todas as casas que encontrava até à linha do mar.

Quase todas me pareciam ter quintal e, por detrás de alguns muros, espreitavam pés de tomate-cereja carregados dos pequenos frutos vermelhos. Ouvia cães e sentia movimento nas casas. Ao longe, ouvi o som de um rádio que imaginei pertencer a um senhor de 60 anos, com cabelo branco e boné na cabeça, que achei que haveria de vir sentar-se no quintal, para deixar assentar o almoço enquanto apreciava a horta e o sol.

Espantava-me o facto do caminho para ali ser tão inclinado e tão estreito que só uma mota ou um animal cabiam. Como teriam transportado os materiais de construção para fazer aquelas casas, em tudo semelhantes às casas de Ponta Delgada e de qualquer outra zona da ilha? Talvez de barco, disse o Milton.

Lá em baixo, ruínas de uma casa, mesmo em frente ao mar, imenso.  A beira mar eram pedras, umas grandes, outras mais pequenas e muito redondas, moldadas pela força das ondas. Acho que nunca vi pedras tão redondas nos Açores. Talvez tenham sido colocadas ali por alguém e, afinal, não tenham sido moldadas pela força deste mar. Se alguém souber, elucide-me, por favor.

Vimos um café que estava fechado e muitos gatos, todos bem tratados mas com aspeto demasiado independente para terem dono. Devem ser os gatos do lugar, sem proprietário e cuidados por todos.

Tudo ali é paz e tranquilidade. O tempo passa mais devagar e convida à contemplação. Não se vê ninguém mas, de alguma forma, pressente-se a existência de pessoas, nas suas casas.

Perto de uma entrada no mar (uma espécie de escada improvisada junto às rochas), há uma casa de onde saem duas raparigas jovens na direção da água. Talvez estejam de férias ou talvez vivam ali.

Fomos até ao fim do caminho e depois voltámos, ainda tranquilos e alegres com o passeio.

No regresso, desejei ter a ajuda de um burro, de um carrinho de mão ou de material de escalada para sair dali (embora não faça ideia de como é que se usa material de escalada ou um burro ou um carrinho de mão para este efeito, ou outro).

Praticamente fui a gatinhar na parte mais difícil do caminho. Foram uns 20 ou 30 metros muito árduos. Acho que nunca me senti tão em baixo de forma.

É um passeio bonito, sem dúvida, mas é para gente rija.  E eu, para já, ainda não sou tão rija.