Podemos fazer dos nossos filhos adultos felizes?
Li este texto maravilhoso da Rita Ferro Alvim e fiquei a pensar nisto, mais uma vez.
Creio que todos os pais pensam nisso: no que podem fazer para que os filhos sejam adultos felizes.
Eu tenho essa meta irrealista. Gostava muito que estivesse nas minhas mãos a felicidade das minhas filhas. Se soubesse a receita mágica para as tornar felizes para sempre, faria tudo o que pudesse para isso acontecer.
Mas não tenho esse conhecimento. Se as mães o tivessem, o mundo seria composto por pessoas perfeitas e felizes.
O que faço, com a total consciência de que isto pode estar totalmente desadequado, é dar às minhas filhas aquilo que, pessoalmente, considero ser mais importante para a felicidade de alguém. É algo completamente subjetivo, mais relacionado comigo do que com as minhas filhas.
Por outro lado, há uma coisa que posso fazer por elas, que é fazer com que sejam crianças felizes. Posso não controlar a sua fase adulta mas posso tornar a infância delas leve, bonita e alegre.
E como é que pretendo fazer isso (sabendo que existem dias melhores que outros e assumindo isso sem culpas)?
- Dando o exemplo e sendo feliz. Não será a toda a hora e a todo o momento mas farei o possível por estar feliz a maior parte do tempo. Falarei sobre este item de forma mais extensa num outro post, que isto dá para ficar aqui horas a dissertar.
Acredito que a melhor forma (se não a única) de ensinar algo a alguém é através do exemplo e da capacidade de inspirar os outros. Não posso ambicionar contribuir para a felicidade das minhas filhas se eu própria não for a imagem da felicidade, se eu própria não contribuir ativamente para a minha felicidade.
Em casa as minhas filhas vão ver uma pessoa real, às vezes aborrecida, às vezes triste e às vezes zangada mas que estará a maior parte do tempo bem disposta, alegre e feliz. Com ou sem filhos, acredito que essa é a maior responsabilidade de cada um de nós: sermos felizes.
- Passando-lhes os valores que considero mesmo importantes: tolerância, coragem, amor-próprio, relativização da realidade, pensamento critico e a certeza de que podem ser tudo o que quiserem.
- Observá-las a crescer e estar ali, sempre presente. Dar-lhes o que tenho de mais precioso: o meu tempo.
- Ensinando-as a valorizar muito mais o ser do que o ter.
- Ensinando-lhes o valor do trabalho, o valor do dinheiro e a gerir o esforço de uma forma inteligente.
- Tentar o melhor que souber, incutir-lhes sentido de humor. A Lara tem bastante, a Maria ainda não sei. Acredito muito que, se tiverem a capacidade para rir de si próprias, aliada a uma boa auto-confiança, serão, certamente, pessoas felizes.