Os meus filhos estão há três dias sem televisão, internet e jogos de computador

Não foi planeado, mas está a ser uma das melhores decisões do verão.
Decidimos que, em agosto, iríamos ficar com os miúdos em casa, alternando entre dias de férias e teletrabalho. Assim, na maior parte do tempo, eu e o Milton temos trabalhado com três crianças de 7, 9 e 11 anos em casa.
No início, estipulámos algumas horas para jogos de computador e televisão, além de tempo de brincadeira livre e algum estudo — apenas alguns livros de exercícios e a prática diária de piano. Nada de muito pesado.
Mas começámos a perceber que os miúdos estavam sempre muito excitados, a falar alto e com um ambiente em casa cada vez mais caótico. Tudo culminou num dia em que, enquanto conversávamos com os vizinhos, os nossos filhos pediram para ir à casa deles, brincar com o seu filho pequeno.
Como se tinham comportado mal nesse dia, expliquei que o amiguinho poderia brincar em nossa casa, mas que eles não poderiam ir até à casa dos vizinhos — talvez no fim da semana, se se comportassem melhor. Mesmo assim, o Eduardo (o mais novo) correu para lá, seguido da Lara e da Maria. Entraram na piscina, contrariando diretamente o que eu tinha dito.
Quando fui buscá-los, recusaram-se a sair. Segurei o braço da Lara (sem violência, claro) e pedi várias vezes para voltarem para casa. Eles simplesmente ignoraram-me. Foram, no fim, os próprios vizinhos — muito simpáticos — que me ajudaram a trazê-los de volta. Tive de levantar a voz para mostrar que estava a falar a sério. Não foi uma situação perigosa ou gravíssima, mas foi totalmente inadmissível.
Chegámos a casa e eu e o Milton decidimos agir na hora:
-Sem televisão.
- Sem videojogos.
- Sem brinquedos eletrónicos.
- Sem idas à praia.
- Piscina esvaziada (também por causa de uma alergia e para trocar a água).
Três dias assim. E, para minha surpresa, tem sido ótimo. Não é a primeira vez que cortamos ecrãs, mas nunca tínhamos feito durante tanto tempo — e o resultado é espantoso:
- Eles passam horas a construir com Lego.
- Inventam jogos e brincadeiras juntos.
- Leem — a Lara redescobriu um livro que estava guardado e está a adorar; o Eduardo diverte-se com bandas desenhadas.
O ambiente em casa está mais calmo, mais criativo. Até já pensei em fazer uma pausa no castigo para ver um filme, mas tenho receio de estragar este clima tão positivo. A minha conclusão: às vezes, reduzir as opções de entretenimento é o que mais bem faz às crianças.
E agora deixo a pergunta:
Quando os vossos filhos são mesmo desobedientes, que tipo de consequências aplicam? Aqui não há telemóveis nem tablets pessoais, só televisão e, de vez em quando, jogos por isso não tenho muita margem de manobra para castigos consequências.