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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Qui | 15.09.22

O que fazem os meus filhos quando outros meninos lhes batem

IMG_4921.jpgDe manhã, no carro, surgiu o tema. Devo ter perguntado aos meus filhos, como faço ocasionalmente, se alguém lhes batia na escola.

Não coloco muito peso na pergunta. Na verdade, tento falar disso de uma forma descontraída, como se estivesse a falar de uma banalidade qualquer. Não quero que eles achem que precisam de me esconder alguma coisa que se passe na escola.

Em menos de nada começaram a contar as suas histórias. E, pelo que conheço deles e pelo que vou perguntando às professoras e educadoras, acho que o que contam se aproxima muito da verdade.

A Lara começou por contar que, no dia anterior, um menino do 5º ano lhe tinha dado uns pontapés nas costas para ela sair do baloiço (presumo que não tenham sido pontapés capazes de fazer nódoas negras ou magoar a sério). Claro que a  minha primeira reação foi perguntar-lhe quem era o menino, para que eu pudesse ir imediatamente falar com ele sobre isso de andar a dar pontapés na minha filha. Também lhe perguntei se não lhe ocorreu responder-lhe com alguns pontapés. Depois lembrei-me que ele era capaz de ser bem maior que ela.

A razão voltou a mim em alguns segundos e a Lara continuou a contar o que se passou. Ela respondeu ao menino que, se não estava na fila para o baloiço, ela não ia dar-lhe o lugar e havia de sair do baloiço quando quisesse. Parece que o menino desistiu e foi-se embora.

A Lara, teimosa como é, aguenta uns pontapés, mas leva a sua avante.

A Maria comentou logo que, se ocorre confusão, vai-se embora rapidamente. Também não me parece mal. Eu encorajo-a sempre a não permanecer por perto de alguém que a magoa ou trata mal. Assim como lhe indico que, se tratar alguém mal ou for antipática, é natural que não queiram brincar com ela.

Já o Eduardo reage de uma forma que considero apropriada. Sei, pela professora e pelo que observo, que não bate em ninguém sem ser provocado. Se lhe batem, ele entende responder da mesma forma. Tudo certo. 

Ensino sempre os meus filhos que nada se resolve com violência e sim com palavras. Explico que os meninos mais pequenos às vezes batem porque têm dificuldade em exprimir-se. No caso deles, já são suficientemente crescidos para conversarem uns com os outros, em vez de se baterem.  Claro que cá em casa andam à batatada muitas vezes, por muitas conversas que tenha com eles.

Por outro lado, não me choca que respondam na mesma moeda se forem provocados com violência. Digo-lhes sempre que nunca devem bater em ninguém e acredito piamente que não o fazem. Mas não os proibo de se defenderem como acharem necessário (exceto que a pessoa em questão for maior ou mais pequena). 

Cada um tem a sua personalidade e é natural que resolvam os conflitos de diferentes formas. E acredito que, enquanto eles forem resolvendo as suas coisas, não devo interferir muito com isso (por mais que me custe).

A Lara, aguenta umas abanadelas e mantém-se firme. 
A Maria foge rapidamente (é mais das minhas).
O Eduardo responde na mesma moeda.

Quando era criança, nas vezes em que sofri algum tipo de violência, era raro responder com violência. Era a mais pequena da minha turma e era  muito tímida e insegura. Não posso dizer que tenha traumas de violência, mas claramente não me sabia defender. Ou fugia, ou escondia-me. Mais tarde, aprendi outras técnicas mais eficientes que nunca envolviam responder na mesma moeda, mas que se revelavam muito mais eficientes. Posso dizer-vos que usava o cérebro em vez do corpo para evitar chatices e resultava muito bem.

A verdade é que não sei lidar com violência e evito-a a todo o custo. Não terei sido sempre bem sucedida e já terei  andado às bofetadas com alguém, em alguma altura da vida, mas não é algo com que me identifique muito.

E por aí, como lidam com estas situações?

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