O que ando a ler
"Educar com Mindfulness" de Mikaela Övén
Quando engravidei da Lara li todos os livros que encontrei sobre partos e sobre maternidade. E sobre educação, disciplina positiva e cuidados básicos do bebé e da criança. Lia todos os livros do princípio ao fim, sem saltar nenhuma página. Até lia as partes sobre os meninos, mesmo já sabendo que ia ter uma menina.
E continuo a ler muito sobre isto da maternidade. Leio blogues, participo em fóruns e grupos de Facebook de maternidade, educação e alimentação infantil. E estou sempre a ler algum livro sobre isso.
Neste momento estou a ler "Educar com Mindfulness" e estou a gostar bastante. Não posso dizer que seja propriamente conteúdo novo para mim mas é mais uma forma de ver outros pontos de vista sobre as situações pelas quais passamos com os nossos filhos. Há sempre qualquer coisa que nos escapa e outras formas de abordar os problemas com que nos deparamos todos os dias.
Neste momento estou a gostar especialmente de uma parte do livro sobre a auto estima, a sua importância para a formação psicológica da criança e o papel dos pais na formação de crianças com auto estima.
O livro alerta-nos para a importância de ter uma boa auto estima, aceitando-nos como somos e sendo capazes de ultrapassar as situações mais desafiantes com resiliência e tranquilidade.
Isto deixou-me a pensar bastante. Primeiro tentei perceber se tinha auto estima ou não e porquê. Depois comecei a perceber a grande influência dos pais na criação de crianças com auto estima, capazes de tomar boas decisões na vida, de uma forma confiante e serena.
E comecei a tentar perceber o que é que estava a fazer bem e mal com as minhas filhas.
Percebi que tenho algumas atitudes que são menos positivas: alguns castigos em vez de consequências e uma forma mais brusca de falar quando estou mais cansada ou impaciente.
Por outro lado também faço algumas coisas bem (espero eu):
- Asseguro sempre as minhas filhas de que gosto muito delas em todos os momentos e nada, nunca, vai mudar isso. Gosto delas quando se portam bem e quando se portam mal, quando estou contente e quando estou frustrada, gosto delas sem qualquer condição e em qualquer circunstância.
- Peço desculpa quando me apercebo que errei: quando levantei a voz, ou fui demasiado bruta a falar ou não dei atenção quando falavam comigo. Peço desculpa e explico que estava cansada ou indisposta e que elas não têm culpa nenhuma disso por isso deveria ter tido mais paciência e agido de outra forma.
- Explico-lhe as coisas com calma sempre que possível. Explico o porquê de não poderem fazer algo, ou de terem que comer sopa ou arrumar os brinquedos.
- Passo tempo de qualidade com elas todos os dias. Nem que sejam 15 ou 20 minutos mas é um tempo em que estou efetivamente com elas, a ouvi-las, a falar com elas, a brincar com o que elas quiserem.
Constato sobretudo, que tenho muito que aprender e que o que tenho que aprender não vem nos livros. Se quiser saber qual a melhor forma de agir em cada momento tenho que ouvir a minha intuição e parar para respirar e refletir naquilo que quero para a minha família e na forma como quero que as minhas filhas me vejam e se vejam a si próprias quando forem adultas.
Basta-me pensar na forma como quero que recordem a infância e nos valores que quero que levem na bagagem quando forem viver as suas vidas independentes. Se tiver isso presente tenho a certeza que vou fazer o que for mais acertado para nós.
E vou, com certeza, errar muitas vezes, acertar outras tantas e, inevitavelmente, continuar a ler livros sobre maternidade e sobre educação.
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