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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

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Seg | 12.09.22

O que acontece quando eu não interfiro nos planos da família

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Um dos meus traços de personalidade mais marcantes é a constante necessidade de controlo. Sou a pessoa das listas, do plano A, B, C e D e da organização ao ínfimo pormenor. Não sou assim em tudo, claro, mas no que me interessa verdadeiramente.

Provavelmente quem me conhece melhor pode considerar-me um pouco caótica, mas garanto que é um caos muito controlado.

Mas, ontem, num exercício de alguma loucura, decidi não opinar em relação a nada em relação ao final de dia e deixar os acontecimentos fluírem a gosto dos restantes membros da família.

Eis o que aconteceu:

Assim que os miúdos saíram da escola, comeram algo rápido e a Lara e a Maria foram para o karaté. Foi o primeiro dia da Maria no karaté e deixámo-la lá com a Lara porque tínhamos as reuniões de início de ano letivo, das salas das miúdas. O Milton foi para a sala da Lara com o Eduardo e eu para a sala da Maria.

Como a Maria vai para o 1º ano, a reunião estendeu-se para lá das 20h00 e o Milton foi buscar as miúdas ao karaté sozinho.

Quando me despachei, fui ter com eles a uma pizzaria perto de casa. Encontrei-os refastelados a comer uma bela pizza de peperoni, fiambre e chouriço.  Os miúdos estavam impecavelmente sossegados a comer a pizza, depois de terem começado a refeição com uns rissóis. 

Sentei-me a beber uma cerveja e a comer uma fatia de pizza, que era perniciosa sim senhor, mas bem saborosa.

Já de regresso a casa, bem a horas de tomar banho e dormir, a Lara e o Milton mostraram vontade de ir dar um passeio pela cidade. E lá fomos, um bocadinho a contragosto da Maria, que só aceitou passear às cavalitas do pai.

 E foi bem interessante o passeio. Encontrámos algumas pessoas conhecidas, conseguimos conversar uns minutos, enquanto as crianças faziam ralis com a cadeira de passeio que ainda usamos para o Eduardo. Logo depoi, os miúdos andaram no carrossel, que está há meses estacionado à beira-mar.

Ainda fomos beber mais uma cerveja às portas da cidade, onde estava a decorrer um concerto de música ao vivo e onde, felizmente, é possível passear à vontade porque todo o centro está cortado ao trânsito. Esta decisão foi contestada por algumas pessoas, mas, quanto a mim, não podia estar mais satisfeita. A cidade ganhou outra vida e é muito bom ver o centro cheio de gente, e muitas famílias com crianças, numa noite de sexta-feira. Pudemos ficar a beber uma cerveja, sentados confortavelmente num banco de jardim na rua, enquanto os miúdos corriam e brincavam à vontade ali à volta.

A noite não seria tão caricata sem um acontecimento invulgar. Cobraram ao Milton 8 euros por duas canecas de cerveja. Quando o Milton olhou para o talão que lhe deram, estava lá escrito polvo!!!!! O senhor do bar esgrimiu uma explicação pouco convincente e o Milton lá veio com as cervejas, mas estava a sentir-se bastante mal convencido. Já tendo bebido metade da cerveja, o decidiu voltar ao bar e reclamar da situação. Não seria pelo dinheiro, mas, naquela noite em particular, não estava inclinado a deixar passar isto. O senhor, quando o viu, sem mais nem quê, agarrou na sua caneca de cerveja e voltou a enchê-la. Perante esta técnica tão peculiar de resolver a “potencial reclamação” do cliente, o Milton não encontrou outra resposta senão ficar muito bem-disposto.

Voltámos para casa e, perante o compreensível estado de cansaço e já alguma má disposição das crianças, saltámos o banho e pusemo-los na cama, onde adormeceram quase instantaneamente.

Vou ponderar abster-me de opinar mais vezes, parece-me. Talvez possa fazê-lo de 3 em 3 meses. 

 

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