Milton, o encantador de crianças
Estávamos todos na praia, menos a Lara que estava em casa da avó (por ter umas feridas na pele que não deviam entrar em contacto com a areia).
A Maria e o Eduardo estavam entusiasmadíssimos na água e como o mar estava muito calmo, era fácil um de nós ficar com as duas crianças na água enquanto o outro ficava mais ou menos livre.
Numa das alturas em que estava com os miúdos na água reparei que o Milton estava com alguns miúdos a olhar fixamente para as rochas à beira da água.
Quando me aproximei percebi que as crianças (uma menina de uns 4 ou 5 anos e um rapaz grande de uns 9 ou 10) estavam a tentar apanhar um caranguejo pequeno e pediram ajuda ao Milton, que lhes emprestou os nossos baldes de plástico.
Os miúdos ficaram a tentar apanhar o caranguejo mais algum tempo e o Milton veio ter connosco.
De vez em quando eles comentavam alguma coisa com o Milton e voltavam à sua demanda.
Até que pareceram elaborar um plano e pediram ao Milton para enfiar o braço num buraco da rocha para tirar o caranguejo. O Milton, com pouca disposição para continuar naquelas andanças, disse que tinha medo que o caranguejo lhe mordesse, pelo que declinava a proposta.
Minutos depois, o miúdo mais crescido diz-lhe: "O senhor pode baixar-se um pouco, por favor?"
O Milton ficou um pouco confuso e perguntou-lhe a razão do pedido.
Eu, que tinha visto o miúdo com o balde cheio de água, avisei-o rapidamente que ele ia levar um banhinho. Nisto, já o rapaz estava a mandar ao Milton um balde cheio de água.
O que é que o Milton fez:
a) "Deu um grande ralhete ao miúdo e tentou incutir-lhe algumas noções de educação."
b) Tentou perceber onde estavam os pais do miúdo e ficou 3 minutos a queixar-se do rapaz."
c) Perante esta situação tão inesperada teve um grande ataque de riso como há algum tempo não tinha.
Evidentemente é a opção c.
Ele não quis ir buscar o caranguejo levou com a consequência da sua pouca colaboração.
Ficámos para ali a rir com o banho que o miúdo deu ao Milton enqunto o Eduardo e a Maria estavam a fazer construções na areia e a fingir que não era nada com eles.