Manual de Educação Intemporal
Encontrei este poema de Dorothy Law Nolte nos dois livros que li do pediatra Mário Cordeiro e fez-me logo todo o sentido. Nem podia ser de outra forma.
Por mais que pesquisemos e nos informemos sobre vários modelos e teorias de educação, nenhum conhecimento teórico vai superar os efeitos do nosso exemplo na educação e desenvolvimento da personalidade dos nossos filhos.
Eles aprendem o que nos virem fazer. Eles confiam em nós mais do que em qualquer outra pessoa e o que somos, para os nossos filhos, é de uma responsabilidade avassaladora.
É por isso que considero, muitas vezes, que os nossos filhos nos obrigam a ser melhores pessoas. Falo por mim.
Claro que não vou poder (nem querer) mudar de personalidade. Ainda é mais óbvio que não vou fingir ser uma pessoa diferente ao pé das minhas filhas. Mas, depois de ser mãe, tornei-me muito mais ponderada e refleti muito sobre a minha forma de estar na vida.
Mantenho os meus valores e a minha personalidade mas penso muito mais em temas como o tempo, a solidariedade, a bondade, o altruísmo, a ansiedade...
Tento, todos os dias, tornar-me uma pessoa um pouco mais atenta e menos nervosa. Tento fazer menos fretes e usar o meu tempo em coisas que me deixam mesmo feliz, guardando os fretes para situações em que é necessário ajudar alguém, fazer algo por outra pessoa e não apenas "parecer bem" ou "ficar bem no filme".
Tento, todos os dias, aproximar-me mais de ser o tipo de pessoa que gostaria de encontrar pelo mundo. Tento ser um exemplo para as minhas filhas fazendo, acima de tudo, aquilo que acredito ser o melhor possível.Segue o poema mencionado que reflete, de uma forma maravilhosa, o que acredito ser o princípio básico da educação.
As crianças aprendem o que vivenciam
Se as crianças vivem ouvindo críticas, aprendem a condenar.
Se convivem com a hostilidade, aprendem a brigar.
Se as crianças vivem com medo, aprendem a ser medrosas.
Se as crianças convivem com a pena, aprendem a ter pena de si mesmas.
Se vivem sendo ridicularizadas, aprendem a ser tímidas.
Se convivem com a inveja, aprendem a invejar.
Se vivem com vergonha, aprendem a sentir culpa.
Se vivem sendo incentivadas, aprendem a ter confiança em si mesmas.
Se as crianças vivenciam a tolerância, aprendem a ser pacientes.
Se vivenciam os elogios, aprendem a apreciar.
Se vivenciam a aceitação, aprendem a amar.
Se vivenciam a aprovação, aprendem a gostar de si mesmas.
Se vivenciam o reconhecimento, aprendem que é bom ter um objetivo.
Se as crianças vivem partilhando, aprendem o que é generosidade.
Se convivem com a sinceridade, aprendem a veracidade.
Se convivem com a equidade, aprendem o que é justiça.
Se convivem com a bondade e a consideração, aprendem o que é respeito.
Se as crianças vivem com segurança, aprendem a ter confiança em si mesmas e naqueles que as cercam.
Se as crianças convivem com a afabilidade e a amizade, aprendem que o mundo é um bom lugar para se viver.
Dorothy Law Nolte