Ler Tolstoi: Uma viagem intensa à alma humana
Ler Tolstoi é como degustar uma bebida forte, encorpada e saborosa, mas que é preciso apreciar devagar e com moderação.
A forma como ele desenlaça e coloca a nu os mecanismos da mente e os mais profundos sentimentos humanos é envolvente, mas, ao mesmo tempo, pesada e até embaraçante. Sinto que, ao ler Tolstoi, entramos nas profundezas da nossa alma como se estivéssemos numa sessão de psicoterapia intensa.
É por isso que este autor é tão único e tão interessante, assim como acontece com outros autores russos, na minha opinião.
Já deixei um livro de outro autor russo - Dostoiévski - a meio por o considerar pesado demais, mas agora agarrei no Anna Karenina, de Tolstoi, que estou a consumir moderadamente, apreciando cada página e cada tirada filosófica com gosto e vagar.
Anna Karenina é uma obra centrada na personagem principal, Anna, uma mulher bela e elegante, casada com um homem dedicado, mas emocionalmente distante, o burocrata Alexei Alexandrovitch Karenin. Quando Anna conhece o conde Vronski, um oficial militar apaixonado e carismático, nasce entre eles um romance intenso e proibido que desafia as normas sociais da Rússia imperial. O romance de Anna com Vronski coloca-a num dilema moral, abalando profundamente a sua vida pessoal e social, enquanto lida com os próprios sentimentos de culpa, amor e desespero.
A história também explora a vida de Levin, um personagem paralelo que reflete as questões existenciais de Tolstoi e busca significado e felicidade em sua própria vida, especialmente em sua relação com Kitty, uma jovem mulher com quem se casa. O contraste entre Anna e Levin é uma das chaves para entender os temas do livro, que abordam o amor, a moralidade, a família e a busca por significado.
Já leram o livro? O que acharam?