Ilha das Flores em 2 horas
No fim de semana passado calhou viajar, em trabalho, até à ilha das Flores que ainda não conhecia.
O tempo não foi muito mas, nas deslocações entre um e outro ponto da ilha, lá fui arranjando maneira de ir vendo algumas paisagens bem jeitosas.
Como sou uma rapariga que gosta de aproveitar o tempo, e tenho a sorte de ter uns colegas de trabalho fantásticos, pude apreciar uma vista magnífica, da melhor janela do avião.
I
lha das Flores, vista do avião.
Entretanto foi chegar ao Hotel, comer um hambúrguer rápido no café mais perto, preparar trabalho e prosseguir para as Lages das Flores.
Pelo caminho fui conversando com o taxista, que me contou umas histórias e lendas da ilha. Decidi logo que havia de telefonar ao mesmo taxista no resto do dia. Parecendo que não, é difícil arranjar transportes na ilha das Flores só existindo três hipóteses: carro alugado, táxi ou boleia.
Na véspera já tinha falado com meia dúzia de taxistas e mais de metade deles tinha-me dito que não teria nenhuma disponibilidade no dia em que eu ia estar nas Flores.
De modo que depois de fazer quatro entrevistas liguei novamente ao senhor do táxi e, no caminho para a Fajãzinha onde tinha de estar à noite, parámos em vários pontos dignos de observar.
Lagoa Funda
Lagoa Rasa
Miradouro da Ilha das Flores (não me lembro o nome)[/caption]Em vez de ficar na Fajãzinha, pedi ao senhor taxista que me deixasse à entrada de um trilho que ia dar ao Poço da Alagoinha, sugestão de uma colega que tinha encontrado no aeroporto e que já tinha estado nas Flores.
Sendo que estava de calças de ganga e ténis e munida de desodorizante dentro da mala, achei que não fazia mal por-me a fazer trilhos em subida, desconhecidos, antes de ir assistir a um concerto de música clássica. Também não é todos os dias que vamos às Flores.
O trilho, feito de pedras e rodeado de uma vegetação luxuriante e húmida, era lindíssimo mas o ponto de chegada batia tudo.
A foto, abaixo, não faz justiça nenhuma à beleza daquele sítio.E o melhor é que estava completamente deserto.
Fiquei ali uma boa meia hora, completamente sozinha, a ouvir o som da água a correr pelas pedras, sentada numa rocha, com um espelho de água enorme aos pés, a refletir sobre os assuntos da vida em geral.
Depois daqueles minutos de êxtase meditativo, veio a parte mais bicuda.Até chegar à Fajãzinha, tive que andar uns bons 25 minutos, numas estradas cheias de pessoas nenhumas. Vi, se muito, dois touros gordos e umas quatro vacas. É tudo muito bonito, mas se fico sem ver gente, num sítio deserto, mais de 5 minutos, começo a ficar cheia de nervos.Não é que fosse muito fácil perder-me mas fiquei feliz por, finalmente, ter aderido aos telemóveis inteligentes e estar munida de um GPS.Vá, e sempre fui tirando mais umas fotos.[caption id="attachment_1432" align="aligncenter" width="680"] A caminho da Fajãzinha.[/caption][caption id="attachment_1433" align="aligncenter" width="680"]
As casas de pedra são muito giras.
Vi verde durante 25 minutos. O que significa tranquilidade para uns para outros significa uma crise de nervos. Creio que tenho um problema com o verde. Deve ser a "cena" dos touros ao contrário, eles com o vermelho eu com o verde.
Lá cheguei ao destino e correu tudo muito bem.
De manhã, mais descontraída, pude apreciar a vista para a ilha do Corvo com mais calma.
Apesar de ter sido uma visita relâmpago e de não ter visto as afamadas flores desta ilha (não estamos na época das hortênsias), fica a vontade de voltar para umas férias de uma semana.Estou de olho na Aldeia da Cuada, que não tive tempo de ver, mas que me foi muito, e bem recomendada.