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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Qui | 24.08.17

Estive 10 dias incontactável - Santa Maria 2017 #3

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Quando cheguei à Maia, uma freguesia localizada no sopé de uma falésia, na costa Sudeste da Ilha de Santa Maria, percebi que não havia rede vodafone ali. Ia estar literalmente alheia do mundo durante 10 dias.

Na verdade não posso dizer que tenha ficado muito preocupada. Precisava muito de descansar o corpo e a mente e nada como estar completamente offline para isso. 


O tempo passou, os dias seguiram-se uns aos outros, e entre os banhos de mar, os jantares de churrasco, a alegria de estar com amigos 24 horas por dia a partilhar tempos de lazer e também as coisas mais comuns dos dias, não dei por falta da Internet.

 

E percebi que sim, é possível viver sem Internet. Mais do que isso: é muito bom viver sem Internet.

 

Brincámos na rua, jogámos scrabble, conversámos bastante, cozinhámos juntos e... consegui tirar alguns momentos só para ficar a ver o inacreditável mar de Santa Maria e creio que cheguei o mais perto possível daquele famoso estado mental dos homens (aquele em que eles dizem refugiar-se numa "gaveta vazia da mente" e não pensar em absolutamente nada.

Consegui em Santa Maria o que não consigo em casa e com Internet. Em casa temos sempre algo para fazer, mesmo quando estamos de férias. É impossível não aproveitar o tempo para consertar algo, para tratar de assuntos pendentes, para remendar aquelas roupas esquecidas numa gaveta, pintar aquelas paredes, fazer aquelas arrumações gerais, chegar aquele quadro mais para o lado ou, quem sabe, trocar algum móvel de sítio. Em  casa não se descansa mesmo. Descansa-se alguma coisa, claro, mas não da forma que descansamos na Maia.

E sem Internet é perfeito. Sem aquele impulso de estar sempre a ver o que se passa, sem aquele receio de estar a perder alguma informação importante... E perceber que, tal como há 20 ou 25 anos, vivemos lindamente assim.

 

Aproveitei para pegar numa revista de 2013 e ler artigos, crónicas e entrevistas maravilhosas. Coisa que não fazia há meses e meses.


Se eu desejo viver sem Internet? Não, nem por isso. Tenho uma necessidade quase patológica de escrever e de comunicar com os outros e a Internet, para mim, é uma ferramenta maravilhosa quando bem usada.

 

Mas desejo muito viver com menos Internet. Quero utilizar a tecnologia de acordo com os meus interesses e não ser controlada por ela.

 

É por isso que decidi limitar a minha utilização da Internet em casa a uma hora por dia. Se possível menos. Em alguns dias mais.

A ideia será ter uma hora estipulada para trabalhar no blogue e aceder a outros blogues e redes sociais. Fora dessa hora é tempo para estar completamente presente em casa, com a minha família. 

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