Eduardo #38
Com três anos, quase quatro, a rotina de dormir do Eduardo acaba com ele na nossa cama, acompanhado por mim ou pelo Milton, até um de nós adormecer (a ideia é que seja ele a adormecer primeiro, mas nem sempre é assim).
Hoje, estava a ler um livro enquanto o Eduardo ia jogando sozinho a um jogo de tabuleiro num livro com vários jogos e dados incorporados. Talvez por, em criança, jogar sempre sozinha, ou com uma boneca a servir de adversário, aquilo comoveu-me.
Pus o livro de parte e perguntei-lhe se lhe podia dar um beijinho. Costumo perguntar porque ele não gosta muito de beijinhos de supresa. Ele disse que sim e eu lá lhe pespeguei um sonoro beijo na bochecha, dizendo-lhe que gostava muito dele. Ao que ele me responde, num pragmatismo desconcertante:
“Obrigado!”. Sem sentimentalismos ou enfado, apenas uma vontade de responder e continuar a jogar.
É isto gente. Um homem prático é outra coisa.