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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Qui | 27.06.24

Correr - a continuação

snail-1447233_1280.jpgSabem aquela vontade de correr, aquela energia que nos impulsiona a exercitar e sentir cada músculo do corpo em movimento?

Já fiz 25 corridas e nunca senti isso.

Desde o primeiro minuto, sinto uma agonia que só aumenta até o final. Aos 20 ou 21 minutos, quando chego ao portão de casa, estou quase a desmaiar.

Mesmo assim, corro. Não sei de onde tiro forças, mas corro. Às vezes pergunto-me se isto é obra de alguma força sobrenatural, porque, sinceramente, não sei como consigo correr 20 minutos a 10 km/h sem parar.

Por vezes, quando as pernas doem e tenho dificuldade em respirar, penso que não vou aguentar. Mas também penso: e se simplesmente continuar a mover o corpo? Não quero, sinto que não consigo, mas decido continuar, talvez um pouco mais depressa, com as costas mais direitas.

Nesses momentos, é como se a alma saísse do meu corpo, que se move sozinho. A dor é tão intensa que parece que a alma foge e o corpo continua, animado por alguma força exterior.

Quando vejo que passaram 20 minutos e o portão está a 30 metros, corro ainda mais rápido e depois quase desmaio. Mesmo após 25 corridas, ainda acho milagroso quando consigo terminar.

Faço isto para manter a saúde e envelhecer bem.

Mas garanto-vos, se pudesse trocar a corrida por umas chicotadas auto-infligidas, aceitaria de bom grado. Se me dissessem que 50 chicotadas nas costas todos os dias garantiriam saúde, eu aceitaria com alegria, se isso substituísse as corridas.

Mas parece que não é assim que funciona, então continuo a correr. E, surpreendentemente, isso traz-me alegria.

Sabem aquela felicidade e alívio que sentimos depois de uma doença: dor de dentes, gripe com febre, otite, gastroenterite? Parece que, após o sofrimento, sentimos uma gratidão e felicidade que nos faz renascer.

É assim que me sinto depois de cada corrida: alívio após o sofrimento. Por isso, vou continuar.

Digam-me: Isto melhora, não é?

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