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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Sex | 05.01.18

Como mãe sei que estou a errar mas quero muito fazer melhor

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Tento fazer, todos os dias, o melhor que consigo em relação às minhas filhas.

Estou presente, brinco com elas, dou-lhes atenção, mostro caminhos e coloco-as à frente de qualquer outra coisa na minha vida. Nada é mais importante que as minhas filhas.

Sei que tenho que lhes dar muito amor, tempo, atenção, educação e cuidados. Também sei que é nos primeiros anos de vida que desenvolvem competências e traços de personalidade que serão muito importantes toda a sua vida.

É aqui que encontro um senão na mãe que eu sou. 

Sinto que não lhes dou toda a liberdade que devia dar para se tornarem independentes e confiantes como gostava que fossem.

Com a Lara isto é mais acentuado. A Lara foi adormecida ao colo até ter quase 2 anos. Aos 3 anos e meio, ainda ando atrás dela para ver se não tropeça, se não cai e se não anda a fazer acrobacias pela casa.

A Maria, com 18 meses acabados de fazer, já anda sozinha pela casa há imenso tempo. Eu estou numa divisão e ela noutra, sem stress.

Elas são muito diferentes. A Maria é muito cautelosa, experimenta muito antes de arriscar e mexe-se com 1000 cuidados.

A Lara é uma aventureira. Começou a andar muito cedo e a trepar a tudo o que podia, a dar cambalhotas, saltos, a empoleirar-se nos móveis e em tudo o que apanhasse à frente. E eu sempre atrás dela a tentar evitar as quedas.

Uma vez fui até ao recreio da escola dela e fiquei chocada com a forma como ela se pendurava em brinquedos que me pareceram muito exdrúxulos (provavelmente nem eram assim tanto). Depois percebi que ela estava muito à vontade ali e que se estava a divertir. Claro que saí da escola cheia de nervos. :)

De modo que, aos 3 anos e meio, está mais do que na hora de dar mais independência à minha filha mais velha e mostrar-lhe que confio nela e nas suas capacidades.

Quero dizer que sim sempre que ela quiser ajudar, deixa-la comer sem babete mesmo que se suje um pouco, tenho que a deixar lavar os dentes, cozinhar algumas coisas e fazer uma série de coisas que não a deixo fazer por achar que é "muito pequena ainda".

Claro que tudo o que for despropositado e um risco para a sua segurança não faz parte desta resolução mas certamente que existem muitas possibilidades de independência e responsabilidade que tenho negado à Lara.

Umas das coisas que mais me custa é deixar que ela coma apenas o que lhe apetece. Sei que se insistir ou lhe der à boca ela come tudo. Mas tenho feito um esforço para não a obrigar a comer e ela chega a ir dormir apenas com umas colheres de sopa. Confesso que me custa muito.

Por outro lado respeito a opinião dela em relação à roupa, em relação às atividades que quer fazer, aos desenhos animados que quer ver (dentro de uma seleção feita por nós), aos livros que quer trazer da biblioteca, entre outras coisas.

Foi ela que decidiu largar a chucha, decidiu largar a fralda de noite e depois quis colocar de novo e nós assentimos. Peço-lhe a opinião em relação a muitas coisas e torno-a parte das decisões do dia a dia da casa e da nossa rotina.

Mas sei que ainda tenho que melhorar muito na cedência de autonomia. Aos poucos, devagarinho, vou chegando lá.

Ontem, a Lara chegou a casa e quis despir a roupa quase toda, como sempre. Desta vez deixei. Não a deixo andar descalça no inverno mas deixei-a andar de collans e uma camisolinha até ir dormir. E ela não teve frio e manteve-se sempre confortável e quentinha. 

Também não a obriguei a comer a sopa toda. Não comeu nem metade. De manhã, comeu a papa toda sozinha, num instante. 

Sei que não vai ser de um momento para o outro mas estou comprometida com isto: dar mais liberdade e autonomia às minhas filhas para fazerem aquilo que efetivamente já podem e conseguem fazer. Sempre comigo colada a elas já se sabe. :)

 

 

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