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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Seg | 11.10.21

Como afastar um admirador indesejado, de forma natural e muito eficiente

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Como devem calcular, esta história foi vivida pela prima em 3º grau, de uma conhecida, de uma amiga distante, de uma amiga minha.

Até  posso descrever brevemente a personalidade dessa pessoa, que nem conheço de vista, mas saibam que estou só a usar a imaginação. Como já disse, não conheço a senhora em questão. Para nos orientarmos, chamemos-lhe "a nossa amiga".

Tenho uma ideia de que a nossa amiga é um tanto ou quanto espevitada. Talvez seja uma pessoa determinada e efusiva, muito confiante e segura em relação às suas convicções e à forma como utiliza o seu tempo.

Bom... acontece que esta mulher, adulta, segura, muito elegante e extrovertida, dá nas vistas. É de todo impossível não dar pela sua presença.

Já se sabe que, mais tarde ou mais cedo, estas pessoas carismáticas começam a atrair atenções menos desejadas.

Foi o caso.

Um senhor, seu colega, com uma personalidade morna e que no seu todo se mostrava desinteressante para os criteriosíssimos requisitos que a nossa amiga exigia em situações de romance tinha, também, um defeito incontornável: um estado civil não compatível com as suas intenções românticas.

O homem, com idade para ter todos os dentes do siso na boca há pelo menos 20 anos, era insistente. Sempre que se apanhava sozinho com a nossa amiga brindava-a com uma ou duas tiradas escusadas e um pouco constrangedoras.

A nossa amiga não se atrapalhava muito e ia-se esquivando bravamente às suas investidas. Mas o homem, ou não percebia que estava a ser impertinente ou era mesmo, apenas e simplesmente, um grandessíssimo chato.

Nisto, uma ocorrência totalmente aleatória, resolveu a situação de vez.

A nossa amiga, sempre atenta a um estilo de vida saudável, terá abusado um pouco nos brócolos ingeridos ao almoço. Nada que a apoquentasse muito até que, ao final do dia, ao entrar no elevador para ir a um departamento no primeiro piso levar alguma documentação necessária, sentiu uma vontade enorme de se aliviar de um gás que lhe causava algum desconforto abdominal. Muito despachada, assim fez, calculando que, àquela hora, a empresa deveria estar vazia e não iria importunar ninguém.

Mas a sorte, neste dia, ia sorrir (ou gargalhar) à nossa amiga.

O elevador descia lentamente, demasiado lentamente para o cheiro petrificante que adensava o ar daqueles 3 metros quadrados. Eis que... de repente pára.

A nossa amiga não tem fuga possível.

E eis que... do 3º andar entra o nosso Don Juan, alegre e sorridente com a perspetiva de estar sozinho com ela num espaço tão privado.

Em menos de 2 segundos, o sorriso esmoreceu no seu rosto e foi substituído por uma expressão de choque. 
A viagem de três andares decorreu num absoluto silêncio.

Sabemos que o senhor se mantém vivo e operacional depois daquela viagem de elevador, mas as suas investidas românticas em relação à nossa amiga cessaram imediatamente.

Podia dizer que a nossa amiga, desenvolta e bem humorada , conta esta história entre gargalhadas. Mas só posso tentar imaginar. Não foi a mim que me contou. Ouvi isto em terceira mão. 

De qualquer forma, fica a dica para afastar admiradores inoportunos: podem usar brócolos, repolho ou couves em geral. Se estiverem muito aborrecidas e os quiserem fazer desmaiar, experimentem um dentinho de alho cru, picadinho, logo de manhã. Em jejum. 

E não digam que neste blogue não se aprendem coisas úteis.

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