Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Sex | 18.07.25

Coisas que percebemos como aborrecidas mas que, afinal, são boas

desenho 7.JPG

Quando era criança – e até uma jovem de 13 ou 15 anos – era bastante solitária. Sentia-me mesmo muito sozinha. Não aborrecida. Nunca me aborreci verdadeiramente, com a mente caótica e cheia de pensamentos que tenho. Mas não tinha ninguém com quem partilhar esses pensamentos.

Foi por isso que comecei a ganhar o hábito de escrever um diário – não tanto sobre o que me acontecia (porque me parecia pouco memorável, nada de especial ou variado), mas sobre o que me passava pela cabeça. A verdade é que passava muito tempo por casa, a observar os gatos e as plantas, o que – agora percebo – até podia ser muito interessante.

Outro hábito que desenvolvi, e que se tornou quase um vício incontrolável, foi criar grandes diálogos e monólogos na minha cabeça. Sobre todos os temas e mais alguns. Também costumo imaginar pequenas histórias e vídeos mentais, que na verdade não têm tanto enredo, mas mais sentimento, energia e ambiente. Às vezes nasce uma história, sim, mas o foco é provocar sensações.

O objetivo? Provocar algum tipo de sentimento nas pessoas, chamar a atenção para aspetos da vida que me tocam, ou simplesmente influenciar, tentar cativar outras pessoas para a minha visão do mundo.

Hoje percebo que toda essa solidão dos meus primeiros 15 a 20 anos moldou quem sou. Deu origem a uma personalidade reservada, mas também a uma mente inquieta, cheia de ideias tão malucas que me fazem companhia mesmo quando não quero.

É o que temos – e se é o que temos, então mais vale que o saibamos apreciar.