Aspetos da vida em que não sou exemplo para os meus filhos — ou 5 dicas para lidar com pessoas difíceis
Se há algo que a maternidade nos ensina, é que, se queremos que os nossos filhos adotem determinados comportamentos, temos de ser o melhor exemplo desse comportamento. Eu, no entanto, funciono um pouco ao contrário. Tenho algum receio das características menos positivas da minha personalidade que os meus filhos possam herdar, por isso, ao invés de ser o exemplo do que se deve fazer, acabo por me dar como exemplo do que não se deve fazer. E, sim, faço questão de lhes dizer que será melhor para eles serem melhores do que eu. Enfim, de falta de honestidade não me podem acusar.
A Lara, que é a mais crescida e tem nos trazido vários desafios e questões, tem-se sentido injustiçada em alguns aspetos da sua nova fase escolar. Este ano entrou para uma escola nova e para uma fase mais exigente. Pela primeira vez, tem tirado notas mais baixas e já recebi algumas queixas por escrito dos professores.
Conheço a Lara e sei que as queixas não são infundadas, mas também reconheço que ela chegou a uma escola muito diferente da anterior, onde cada aluno era visto como um ser único e especial e tratado como tal. Agora, não é bem assim, e isso tem-lhe trazido algumas dores de cabeça, mas também oportunidades de crescimento.
Para já, a Lara tem a oportunidade de perceber que os adultos não são todos iguais e, acima de tudo, não são infalíveis. Até agora, a pessoa mais zangada, irada e chata que ela conhecia era eu, a mãe. Agora, tem conhecido muitas outras pessoas assim, mas sem a parte carinhosa e amorosa da mãe.
Então, tento ensiná-la a lidar da melhor forma possível, com empatia e educação, com pessoas que podem não a tratar da melhor forma. Mas eu própria nunca fui boa a lidar com isso.
Lido muito mal com pessoas rudes, injustas e com personalidades com as quais não me identifico de todo. E não estou a falar de pessoas com quem apenas não tenho afinidade, falo de pessoas que são capazes de prejudicar os outros com uma leveza impressionante. Gente sem empatia, que se acha superior aos outros por motivos absolutamente absurdos (como ter dinheiro ou uma determinada profissão), ou até aquelas que abusam do pequeno poder que têm. Lido mal com isto. O que faço, normalmente, é afastar-me o mais rapidamente possível dessas pessoas.
Mas nem sempre podemos dar-nos ao luxo de evitar conviver com pessoas que não nos fazem sentir bem. Faz parte da maturidade aprender a lidar com todo o tipo de pessoas, com dignidade, assertividade e, acima de tudo, respeito.
Enfim… eu tento, faço o meu melhor para lidar com essas situações de forma saudável, mas a verdade é que tenho sorte. Neste momento, não passo muito tempo com ninguém que me afete dessa maneira.
Já a Lara, provavelmente, não está na mesma situação.
Posto isto, deixo aqui 5 dicas, da inteligência artificial (já que a minha natural nem sempre me serve com sensatez), para lidar com pessoas difíceis:
1. Estabeleçam Limites Claros
Pessoas desafiantes muitas vezes tentam invadir os limites dos outros. Definam claramente o que toleram e o que não aceitam, e mantenham esses limites com firmeza. Não é preciso ser rude; uma comunicação clara e respeitosa geralmente é suficiente.
2. Não Levem para o Lado Pessoal
Muitas vezes, o comportamento de pessoas difíceis não tem nada a ver convosco, mas com os problemas delas mesmas. Tentem não interiorizar críticas ou atitudes negativas, lembrando-se de que a responsabilidade pelos comportamentos é delas, não vossa.
3. Mantenham a Calma e a Neutralidade
Evitar reagir emocionalmente é uma das melhores defesas. Pessoas insuportáveis podem querer causar impacto ou atrair atenção, e responder com calma pode ajudá-las a perceber que o comportamento delas não vos afeta.
4. Redirecionem a Conversa
Se as pessoas estão sempre a reclamar ou a alimentar conflitos, tentem redirecionar o assunto para algo neutro ou até positivo. Um simples “Entendemos, e que tal falarmos de outra coisa?” pode ajudar a reduzir a negatividade.
5. Escolham as Vossas Batalhas
Não vale a pena responder a todos os comentários ou corrigir todas as atitudes desagradáveis. Selecione os momentos em que realmente vale a pena confrontar a pessoa ou pôr limites e, nas outras vezes, tentem não dar importância.
E assim seguimos, eu e a Lara, tentando lidar com as pessoas e as situações do melhor modo possível. Se não conseguirmos ser sempre exemplos perfeitos, pelo menos damos bons exemplos do que não fazer!
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