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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Qua | 05.06.24

Aos 10 anos, a minha filha fez a sua primeira viagem sem os pais

 
 

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Para muitas pessoas, isso pode não parecer nada de especial, mas para mim foi um momento marcante, ainda que um pouco desconfortável.

A Lara teve a sorte de ter uma professora e uma diretora de escola capazes de levarem duas turmas do 4º ano numa viagem de dois dias a Lisboa, criando memórias maravilhosas nos mais de 30 miúdos que acabam este ano o ensino primário.

Quase todos os miúdos foram e, se no início, tive muita vontade de ir também, depressa me apercebi que tinha que me controlar e deixar a miúda ir fazer as suas coisas, sem ter os pais sempre por perto.

Mas ela tem só 10 anos! É uma criança!

Enfim, lá foi ela, munida de colchão de Yoga e de um saco-cama, para passar a noite com os amigos numa sala de um colégio católico de Lisboa, a desfrutar de dois dias espetaculares com a professora de quem tanto gosta e com alguns dos seus melhores amigos. Como podia eu tirar-lhe isso?

Foram ao Jardim Zoológico, ao Palácio da Ajuda e ao Mosteiro dos Jerónimos. E, entre as visitas, viagens com os amigos, refeições com eles, dormir fora de casa e gerir as suas coisas sozinha, a Lara divertiu-se muito e cresceu um pouco mais. Fiquei muito orgulhosa dela, ao vê-la, nas fotos, tão independente, feliz e desembaraçada. O facto de ver a minha filha tão bem fora do seu contexto familiar, tão feliz e confortável, e, ao mesmo tempo, feliz por regressar a casa e estar connosco e com os irmãos, enche-me de alegria. Sinto, nestes momentos, que talvez não esteja a fazer um trabalho tão medíocre na educação dos miúdos.

Sinto que foi mais uma fase ultrapassada com sucesso. Curiosamente, esta viagem despertou em mim os mesmos sentimentos que tive quando deixei a Lara na escola pela primeira vez, quando a deixei ir passear sozinha com a avó e quando dormiu em casa de amigos pela primeira vez. Acho que sou eu que tenho de trabalhar a ansiedade da separação. Estar muito tempo sem um dos membros da família afeta-me realmente. Nessas alturas, colo-me ainda mais aos outros. O que vale é que, cá em casa, gostamos de estar sempre juntos, seja a ler ou a ver televisão. Parecemos uma família de gatos.

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