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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

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Sab | 19.12.15

Amy

Amy

 

Tinha grandes expetativas para o documentário sobre Amy Winehouse, de Asif Kapadia.Há uns tempos vi o "Cobain- Montage of  Heck", de Brett Morgen, que adorei.

 

Por outro lado, Amy Winehouse era tão peculiar e tão intensa  que me parecia muito fácil fazer um filme fenomenal sobre ela. Não aconteceu. Ainda.

 

O filme é um retalho de filmagens caseiras misturadas com notícias de tv que toda a gente conhece.

 

Creio que não vi ali nada que já não soubesse. Pronto, não sabia que era bulímica. Sempre associei a sua magreza extrema às drogas mas foi mesmo a única coisa que aprendi sobre ela.Conheci a Amy Winehouse com o álbum "Back to Black" como provavelmente a maior parte das pessoas. Já tinha ouvido falar dela mas, como me parecia muito comercial, ignorei até a ouvir pela primeira vez por acaso ou por curiosidade (já não me lembro).

 

Adorei! Gostei da voz dela, da música tão despojada de edição e principalmente da interpretação tão genuína e tão intensa.

 

Aquilo era real, era mesmo real. Amy parecia uma daquelas pessoas que não interpretam nada, simplesmente são o que são e colocam tudo o que são no que fazem.  Parecia-me uma daquelas raparigas que se estão a lixar para tudo e todos e, ao mesmo tempo, são extremamente frágeis.

 

Ela merecia, certamente, que a sua história fosse contada de uma forma mais emocional, mais inteligente e mais verdadeira. Ela merecia que a sua história se assemelhasse um pouco mais a ela.

 

Não vou dizer que sei muitas coisas sobre ela porque não sei. Mas gostaria de ter sentido durante uns momentos o que seria estar na sua pele e não senti. Não com este filme superficial e simplista.O filme precisava de um guião em condições. Precisava de se agarrar a uma ideia, a um traço da sua personalidade e explorá-lo de uma forma mais interessante e interessada.

 

Precisava, talvez, de um elemento que funcionasse como um fio invisível que ligasse todas as partes do que foi a sua vida. Um narrador discreto que nos mostrasse a Amy que existia para além do que víamos na tv e nas revistas, a Amy que não conseguia lidar com a fama mas que suportava a sua existência através da música, e do amor conturbado, e do álcool.  A Amy que fazia música como ninguém porque tinha a cabeça recheada de ideias e emoções. Das boas, das intensas, daquelas que geram verdadeira arte mas raramente se dão bem com uma vida longa e saudável.

 

Ela merecia uma homenagem melhor.

 

Não gostei e não recomendo.

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