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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Qui | 14.08.25

Acesso de crianças à Internet — É mesmo importante falar sobre isto

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"Não se pode proibir. Olha que depois vai ser pior, quando forem mais velhos e tiverem acesso a tudo livremente. Os teus filhos vão revoltar-se por não terem as mesmas coisas que todas as outras crianças. Os teus filhos vão sentir-se excluídos. Agora os miúdos são diferentes do nosso tempo, sabem mais do que nós, e está tudo bem. Eles adaptam-se aos tempos. Não podemos deixá-los parar no tempo."

Estas são frases que ouvimos na voz de outros ou da nossa consciência, quando decidimos rumar no sentido oposto ao mundo. Mas continuamos. E continuamos, contra a maior parte das opiniões e contra todas as tendências.

Desde cedo me pareceu que dar acesso livre à internet — seja num computador, tablet ou telemóvel — não seria o mais adequado para crianças. Quando alguém me diz que “não se pode proibir”, costumo pensar: não se pode ou não se deve proibir o acesso a alguns conteúdos a pessoas com mais de 18 anos. Fora isso, acredito que pais, governantes e professores têm a obrigação moral (e creio que também legal) de proibir às crianças tudo o que lhes é nocivo.

O acesso sem qualquer tipo de controlo aos conteúdos que existem na internet é, na minha opinião, muito nocivo para crianças. É por isso que nenhum dos meus filhos tem smartphone.

A minha filha mais velha, de 11 anos, creio ser a única na turma que não tem smartphone. Tem um telemóvel que faz chamadas e envia mensagens — e é tudo o que ela precisa nesta fase. A mesma coisa acontece com a minha filha do meio, de 9 anos. Ambas têm acesso ao essencial, sem internet livre no bolso.

Nadar contra a maré

Confesso que isto me preocupa. Sinto que estamos a remar contra a maré. Não estamos a falar de metade das famílias, nem de 75% — parece-me que mais de 90% dos pais acham normal os miúdos terem smartphones e acesso livre à internet.

Sei que existe o controlo parental, mas, para mim, neste momento, não serve. Talvez no futuro, quando decidirmos dar-lhes um smartphone (provavelmente entre os 14 e 16 anos), eu e o Milton voltemos a considerar essa opção. Mas, por enquanto, não. As redes sociais, por exemplo, só mesmo depois dos 16 anos.

O controlo parental exige tempo e atenção constantes — algo que já dividimos por muitas outras responsabilidades. E, mesmo com filtros e bloqueios, há sempre formas de contornar as regras. Por isso, prefiro simplesmente não des dar acesso à internet.

Como usamos a internet cá em casa

Os meus filhos podem usar o computador para fazer pesquisas, ver vídeos no YouTube (com moderação e supervisão), jogar online uma vez por semana ou ver filmes e desenhos animados. Mas redes sociais — especialmente TikTok e Instagram — não fazem parte do dia a dia deles.

Se eu achar um vídeo engraçado, vejo com eles. Isso não me preocupa. O que me preocupa é que há muito pouco conteúdo realmente bom e construtivo para crianças. Os meus filhos ainda não têm maturidade para fazer essa triagem — e, honestamente, acho que nenhuma criança tem.

A maioria do conteúdo que circula para este público é, na minha opinião, lixo: não acrescenta nada, não torna as crianças mais conscientes, mais bondosas ou mais inteligentes. Pelo contrário, parece-me que contribui para o embrutecimento da mente.

O problema maior: a adultização das crianças

Outro risco, ainda mais grave, é a adultização precoce: miúdos incentivados a comportar-se como adultos, em vez de brincarem e viverem a simplicidade e inocência próprias da infância. Mas isso já é assunto para outro texto.

 

Um vídeo importante

Há muito material publicado sobre os malefícios da internet — basta pesquisar opiniões de psicólogos, professores e profissionais de saúde. Mas quero destacar o trabalho do youtuber Felca, de 27 anos, que recentemente denunciou situações bizarras e perigosas que têm sido ignoradas por entidades oficiais. Podem ver o vídeo aqui:  adultização

O vídeo teve alguma repercussão positiva e parece que os casos estão a ser investigados. Infelizmente, o Felca está a receber ameaças e precisa de proteção. Partilho isto porque acho que vale muito a pena ver o vídeo e refletir.


E vocês?

Gostava de saber como é que outros pais gerem o acesso dos filhos às redes sociais e à internet. Este é um tema que me interessa especialmente e que, sinceramente, não consigo encarar de forma “leve”.

Se tiverem filhos, como controlam o acesso que eles têm aos conteúdos online?

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