Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Qui | 06.05.21

A minha maior frustração do momento

pexels-jessica-lewis-4200824.jpg

Foto de Jessica Lewis.


Estamos nisto há mais de um ano. Escolas fechadas, miúdos em casa, teletrabalho. Há dias melhores que outros, mas, em geral, lá nos vamos safando como podemos.

Não temos muito do que nos queixar, afinal temos saúde, estamos juntos e seguros. Temos emprego, um teto e comida na mesa. Sinto-me grata por isso todos os dias.

Apesar disso, há coisas que me têm deixado mais frustrada. Discutimos mais uns com os outros, eu grito mais (a Maria convenceu-me a escrever no quadro branco "Não Gritar", para ver se me lembro deste objetivo diariamente) e o tempo que os miúdos passam em frente à televisão ou a um iPad deixa-me desesperada.

O Eduardo, com 2 anos e meio, fica ao meu lado agarrado ao iPad enquanto tenho reuniões. Fica a ver jogos do Super Mário, do Homem- Aranha e uns vídeos estranhíssimos no Youtube Kids, onde crianças pregam partidas aos pais. Já tentei que visse apenas desenhos animados que conheço e sei que são menos maus, mas, eventualmente, os miúdos discordam em relação à programação televisiva, começam aos gritos uns com os outros, uma a bater à porta do quarto onde o Milton também está em reunião, outros a chorar à minha volta, e acabo por dar um tablet a cada um, para poder estar em reunião. 

No resto do tempo tento que não estejam à frente da TV. Quando o Eduardo dorme a sesta aproveito para trabalhar, mas, cada vez mais, mantenho a televisão desligada e encorajo as miúdas a brincar juntas. Resulta a maior parte das vezes, se elas estiverem bem dispostas. 

Esta, para mim, tem sido a parte mais difícil: a gestão da culpa e do humor, por ver os miúdos colados a um ecrã a ver parvoíces. O resto tem-se feito da melhor maneira possível: comem bem, saímos para um jardim ou parque sempre que podemos e estamos com a mesma bolha segura de amigos sempre que é possível. Não nos podemos queixar, efetivamente. Há pessoas em situações muito difíceis e eu penso muito nisso, principalmente nas crianças que têm na escola um lugar mais seguro do que em casa... Nessas alturas, quando penso em todas as pessoas que estão em situações mais difíceis que eu, deixo imediatamente de me sentir cansada, mas a frustração não se dissipa tão facilmente.

Como estão vocês por aí?

4 comentários

Comentar post