Estava no 9º ano, com os meus 13 anos, no inicio do que começava a ser a revolução da minha personalidade. Até então pouco conhecia da vida. Tinha os meus pensamentos, começava a meditar com o auxilio de livros da secção mais esotérica da biblioteca de Alpiarça e ainda não tinha travado conhecimento com o poder revolucionário da música. Já era uma inadaptada, alvo fácil das colegas que gostam de fazer terapia à custa dos outros (aka bullies) e não sabia bem o que (...)
Desafio de escrita criativa "52 semanas de 2022" A Casa dos Espíritos, de Isabel Allende, foi um dos primeiros romances que li e, até hoje, nenhum livro teve o mesmo impacto em mim. É a história de uma família, em três (...)
Quando era pequena, à semelhança da maior parte das crianças, acreditava que os adultos sabiam tudo, controlavam tudo e resolviam tudo. Acreditava, sobretudo, que quando eu fosse adulta, seria uma espécie de ser superior, todo poderoso e todo sapiente, incapaz de sentir medo e capaz de fazer tudo o que quisesse com toda a eficácia. Claro que não tive em conta desafios externos, a necessidade de gerir a minha vontade tendo em consideração também a vontade dos outros, a dificuldade (...)
Desafio de escrita criativa "52 semanas de 2022" Felicidade é acordar de manhã com cinco pessoas, apertadas, a dormir numa cama de duas pessoas. Ou sentar-me no sofá, para ler um livro descansada, e em menos de dois segundos, ter os meus três filhos em cima de mim. E o barulho de gritos e corridas pela casa aos fins de semana de manhã.
A minha filha de 7 anos contou-me que um dia, umas meninas na escola gozaram com os sapatos dela, porque estavam velhos e gastos. Ontem, contou-me que, enquanto varria do chão da escola algo que tinha sujado, um menino passou e riu-se dela enquanto a chamava de varredora (isto é mesmo um insulto?!!!) Um dia, no aniversário de um amiguinho, a Lara, que na altura tinha 5 anos, estava a rir-se de outra menina, porque era mais gordinha. Foram excelentes oportunidades de ensinar à (...)
Quando tinha uns 22 ou 23 anos, conheci um rapaz muito engraçado. Era bonito, interessante, aventureiro, muito bom conversador e tinha aquele ar despenteado e descomprometido de que eu gosto particularmente. Ele era francês e, com ele, tive a maior conversação de que me lembro, em inglês. Quem me conhece sabe que inglês não é o meu forte, todavia, tagarela como sou, se tiver que ser, torno-me praticamente fluente, mesmo que pelo meio da conversa diga alguns disparates. (...)
Tinha 14 anos e estava no 10º ano, na primeira aula de Filosofia. Provavelmente a professora estaria a falar dos conteúdos que íamos dar durante o ano ou algo do género e eu fiquei logo extremamente surpreendida. Lembro-me perfeitamente de ter pensado: "A sério que é isto que vou estudar?! Pode ser mesmo real o facto da matéria escolar ser tudo o que povoa a minha mente desde que me lembro de existir?!" Achei aquilo extraordinário! Nunca imaginei, ao longo do meu percurso (...)
O que posso dizer? Gosto de responder a estas coisas. Isto descontrai-me. É a minha versão feminina de levar a mente para uma "gaveta vazia". Colocado este preâmbulo, vamos a isto. Ser diplomático ou ser realista? A minha personalidade, vontade e hábitos vão quase sempre no sentido do realismo, mas, na verdade, às vezes é necessário ser diplomático e eu gostava de ser muito mais. Agir pela emoção ou pela razão? Ajo muitas vezes pela emoção. Quando é mesmo, mesmo, (...)
Depois de uma manhã chata, aborrecidinha e mais cinzenta, optar por "me animar a mim própria", como diz a minha filha Maria. Decido, então, almoçar numa simpática esplanada repleta de turistas, fingir que sou turista também e que estou de férias, e ficar ali a ler um livro e a beber uma cerveja durante uma hora. Fiquei outra. A nuvem em cima da minha cabeça transformou-se num sol radioso e pude desfrutar da tarde com muito mais ânimo.
Quando queremos jantar ou almoçar fora, somos 5 e 3 de nós são especialmente mexidos e barulhentos. Não é muito fácil estar em sossego, com crianças, num restaurante, por isso, quando decidimos fazer este tipo de programa, escolhemos muito bem o restaurante. Não nos aventuramos muito e gostamos de regressar aos locais onde sabemos que a coisa tem maior probabilidade de correr bem. Posto isto, existem alguns detalhes que fazem a diferença quando vamos comer fora com os miúdos. (...)