Quando tinha uns 22 ou 23 anos, conheci um rapaz muito engraçado. Era bonito, interessante, aventureiro, muito bom conversador e tinha aquele ar despenteado e descomprometido de que eu gosto particularmente. Ele era francês e, com ele, tive a maior conversação de que me lembro, em inglês. Quem me conhece sabe que inglês não é o meu forte, todavia, tagarela como sou, se tiver que ser, torno-me praticamente fluente, mesmo que pelo meio da conversa diga alguns disparates. (...)
Tinha 14 anos e estava no 10º ano, na primeira aula de Filosofia. Provavelmente a professora estaria a falar dos conteúdos que íamos dar durante o ano ou algo do género e eu fiquei logo extremamente surpreendida. Lembro-me perfeitamente de ter pensado: "A sério que é isto que vou estudar?! Pode ser mesmo real o facto da matéria escolar ser tudo o que povoa a minha mente desde que me lembro de existir?!" Achei aquilo extraordinário! Nunca imaginei, ao longo do meu percurso (...)
O que posso dizer? Gosto de responder a estas coisas. Isto descontrai-me. É a minha versão feminina de levar a mente para uma "gaveta vazia". Colocado este preâmbulo, vamos a isto. Ser diplomático ou ser realista? A minha personalidade, vontade e hábitos vão quase sempre no sentido do realismo, mas, na verdade, às vezes é necessário ser diplomático e eu gostava de ser muito mais. Agir pela emoção ou pela razão? Ajo muitas vezes pela emoção. Quando é mesmo, mesmo, (...)
Depois de uma manhã chata, aborrecidinha e mais cinzenta, optar por "me animar a mim própria", como diz a minha filha Maria. Decido, então, almoçar numa simpática esplanada repleta de turistas, fingir que sou turista também e que estou de férias, e ficar ali a ler um livro e a beber uma cerveja durante uma hora. Fiquei outra. A nuvem em cima da minha cabeça transformou-se num sol radioso e pude desfrutar da tarde com muito mais ânimo.
Quando queremos jantar ou almoçar fora, somos 5 e 3 de nós são especialmente mexidos e barulhentos. Não é muito fácil estar em sossego, com crianças, num restaurante, por isso, quando decidimos fazer este tipo de programa, escolhemos muito bem o restaurante. Não nos aventuramos muito e gostamos de regressar aos locais onde sabemos que a coisa tem maior probabilidade de correr bem. Posto isto, existem alguns detalhes que fazem a diferença quando vamos comer fora com os miúdos. (...)
Focar, contemplar ou estar completamente presente é um desafio enorme para mim. Por vezes, quando medito (ou tento meditar), faço um esforço mesmo grande para me concentrar em algo ou para estar completamente presente naquele momento. É sempre difícil. Mas existem duas situações em que a contemplação me surge natural e irresistivelmente. Quando oiço música e quando viajo para um sitio completamente diferente. No outro dia, de uma forma inesperada, entrei num estado de (...)
Bullying, outra vez. Uns dizem que a culpa é da escola. Outros dizem que a culpa é dos pais. Há quem diga que não é culpa de ninguém, só dos miúdos, que são maus e cruéis. Curiosamente, também há quem diga que a culpa é da vítima. Dizem que se resolve com uma (...)
Depois de muito tempo em casa, a ter aulas por Zoom, a Lara regressou esta semana à escola, para ter aulas das 9 às 12. Continuei com os meus dois filhos mais novos em casa e a ter que ir levar e buscar a Lara à escola. Continuei, também, em teletrabalho. O meu primeiro sentimento em relação a esta nova situação foi de desagrado. Achei mesmo que era pior que antes. Mas, depois de uma das minhas meditações matinais, decidi mudar de perspetiva e comecei a perceber que (...)
Autoestima não é olharmos para o espelho e vermo-nos belos e brilhantes. Pode ser, mas não é necessariamente isso. Autoestima é gostarmos de nós, exatamente como somos. Acho que tenho uma boa autoestima aliada a um auto conhecimento relativamente justo. Conheço-me bem. Muito bem. Consigo dissecar os meus pensamentos, sonhos e pesadelos com competência. Sei de onde vêm os meus medos e emoções. Já controlar uns e outros é uma arte que ainda não dominei, mas isso é (...)