Na hora de almoço a Maria queixa-se: "Ui. Trinquei a língua." 3 Segundos depois, sou eu. "Ui. Olha... também trinquei a língua!" Diz-me a Maria, com ar muito empático: "Isto hoje não está fácil, mãe."
Costumo fazer exercício físico, seguindo uns vídeos no Youtube. Os vídeos têm músicas animadas e os miúdos acham graça a fazer os exercícios e dançar com eles. Estavam os 3 muito entretidos a abanar o corpo ao som da música, quando o Milton perguntou à Maria o que é que ela estava a fazer. Responde a Maria: "Estou a fazer exercício, para não usar bengala quando for velhinha."
A Maria tem medo do escuro. Só conseguia adormecer com a luz do hall de entrada ligada, para dar alguma luminosidade ao quarto. Nem o facto de dividir o quarto com o irmão e a irmã a deixavam mais descansada. Então decidimos arranjar-lhe um bonequinho com luz, para que pudesse dormir com ele. A Maria escolheu o que queria na Amazon e, agora, ela e o coelhinho colorido são inseparáveis à noite. Já não é necessário ligar nenhuma luz à noite e a Maria também já não se (...)
Neste momento estamos a dar uma grande folga à televisão mas, durante o confinamento, quando fiquei em teletrabalho e com os três miúdos em casa, que o Eduardo andava viciadíssimo no Panda e os Caricas. Fazia um grande estrondo para tentar ver o "Didi" (como lhe chama). Eu fazia o que podia para o manter afastado da televisão, mas era mesmo complicado. Ele arranjava qualquer oportunidade para me apanhar o comando e, ele próprio, ligar a televisão e desenrascar-se. Nem dois anos (...)
Creio que é preciso dar mimos a todos os filhos. Dar-lhes muitos beijos, muitos abraços, muitas festinhas, muito colo, dizer-lhe muitas vezes o quanto os amamos. Faço isso todos os dias, com todos os meus filhos. Mas, quando paro para pensar nisso, percebo que a Maria, a minha filha do meio, precisa especialmente desses mimos. Ela está entre a irmã mais velha, que admira imenso e segue para todo o lado, e o bebé que, naturalmente, requer mais atenção. Sinto que, mesmo sem (...)
A Maria está a brincar no quarto. Eu estou a trabalhar na sala. Oiço chorar, bastante. É um choro que conheço, dramático, de quem está verdadeiramente aborrecido ou até magoado com qualquer coisa. Não é um choro subtil ou discreto. É um choro algo estridente. Vou imediatamente ao quarto perguntar o que passa e porque está a chorar. Responde-me a Maria, muito calmamente: "Não sou eu que estou a chorar, mãe. É a boneca."
A Maria gosta muito de ver o Google maps no meu telemóvel. Desde que descobriu a aplicação que me apanha o telemóvel e esconde-se com ele debaixo da mesa da sala a ver os mapas. Já lhe disse várias vezes que não pode pegar assim no meu telemóvel e que tem que me pedir para o usar. Claro que isto já gerou muita discussão e a Maria continua a pegar no meu telemóvel sempre que encontra oportunidade. Numa destas manhãs, a Maria e o Eduardo acordaram cedo e, para não variar (...)
A Maria tem uma voz maravilhosa e é muito afinada. O pai diz que tem um bom ouvido. Comecei a notar isso no ano passado, ao ouvi-la cantar, muito afinadinha, as músicas de Natal que aprende na escola. É de tal forma que fico super emocionada e de lágrima no olho quando a Maria canta. Até podia dizer que é por ser minha filha que a oiço assim, mas tenho mais dois filhos e nenhum deles me parece cantar especialmente bem. Tentámos que fosse para o coro da escola, mas como não (...)
Fiquei um minuto inteiro sem ouvir barulho o que, num apartamento com três crianças pequenas (acordadas), é praticamente uma impossibilidade. Fui ao meu quarto, ao quarto deles... nada. Na cozinha ninguém, na sala também não. Não suspeitei da casa de banho porque a porta estava fechada e não costumam ir para lá. Quando abri a porta da casa de banho, lá estavam os três, sentados numa roda, às escuras. A Lara, com uma lanterna, contava histórias assustadoras baixinho. (...)