Tenho o vicio de sonhar acordada. É quase patológico. Durante um dia, faço dezenas de filmes na cabeça, vídeos para músicas e performances artísticas. Se me virem a andar de headphones na rua, é certo que vou a meio de um enredo qualquer na minha cabeça. Estão a ver os filmes da Sofia Coppola? A minha mente é mais ou menos isso (com as enormes e devidas diferenças). Sou otimista e espero sempre o melhor, mas gosto de estar preparada para tudo. Sigo com firmeza os meus (...)
- Não aguento mais contigo! - afirmou, enquanto o atirava para longe. O cão correu atrás daquele pau e, não o encontrando, continuou a correr, convicto, pelo interminável lençol de areia que se estendia à sua frente. Minutos antes, várias praias depois do local onde o homem espantou o cão, duas adolescentes enchiam um colchão insuflável em forma de tartaruga ninja. E, mudamos aqui de narrador. Deixemos falar uma das crianças. “Tinha acabado de chegar à praia com os (...)
Estava no festival sudoeste, numa fase boa da noite. Foi numa edição antiga do Festival, daquelas onde ainda não existia publicidade e brindes a cada esquina. O clima estava perfeito, a noite limpa e a mente exatamente como se quer num festival de música de verão. Era bom. O fogão a gás tinha avariado, estava partido… não funcionava, ou lá o que era. Não me interessava muito... Naquela altura não me interessava muito comer. Estávamos com alguns amigos dele a ver o concerto (...)
Foto daqui. Ela não me disse isso claramente. Não o afirmou, mas é como se o tivesse feito. Plantou a semente da incerteza, da dúvida e do mal-estar. Não era um mal-estar derivado das suas palavras, era algo anterior a isso e anterior à chegada dela. Eu não confiava nela. Desde a sua chegada que tentava minar a minha relação com as outras raparigas que (...)