De manhã, a caminho da escola dos miúdos, reparo que está um polícia numa mota, à frente do nosso carro. Pergunto ao Milton: "O que achas que está dentro daquelas saliências laterais que o polícia tem na mota?" Responde ele: "Vassouras e esfregonas. Para o polícia limpar a cidade do crime." É isto.
Depois do jantar, estou eu e o Milton a fazer o almoço do dia seguinte (depois das 22h00 por causa da tarifa de eletricidade tri horária), quando digo assim: "O que achas de fazermos hambúrgueres de cenoura um dia destes? Com cenoura e feijão?" Responde ele, com um ar indignado: "Não sei porque chamas a isso hambúrguer. Quando muito são umas bolas de cenoura achatadas. Ou cenouburguer, vá." Reparem como a foto está relacionada com o tema.
Estavamos a regressar a casa de carro quando vejo o cartaz de uma academia de ginástica acrobática. Eu: "Podíamos colocar a Lara na ginástica acrobática. Parece algo de que ela ia gostar." Eu (continuando): "Mas, por outro lado, não é lá muito útil. Se calhar era melhor colocá-la no karaté ou judo, sempre aprendia a defender-se." Ele: "Podemos colocá-la na ginástica acrobática. Ela pode sempre fugir dos malfeitores a fazer saltos mortais e acrobacias."
Comprei uns chinelos no chinês, por cerca de 3 euros, para usar nas aulas de natação (durante um curso intensivo de 8 dias). São branquinhos, giros, e uso-os em casa. Ontem, quando fomos dar um passeio à noite, esqueci-me de trocar de chinelos e levei esses. A dada altura começa a doer-me um pé, num sítio em que o chinelo fazia fricção ao andar. Tive que me amanhar até casa com alguma dificuldade (por pouco não fui descalça o resto do caminho). De noite, na cama, queixo-me (...)
Já ia a noite bem mandada, estava eu a ver o maluco beleza e o Milton a tratar de "burocracias" da casa. A determinada altura ele pega na conta da Nespresso, que ainda estava presa à caixa de cápsulas que tinha chegado à tarde. Exclama ele: "30 euros de café?!!!" Respondo-lhe eu: "Estás a reclamar? Compramos esse café por tua causa, que tens vómitos quando bebes outro qualquer. Sabes que eu fico satisfeita com café instantaneo da marca Dia. Quando quiseres passar de 30 (...)
Somos um casal bastante típico, completamente revelador das diferenças básicas entre o cérebro do homem e o cérebro da mulher. Eis o cenário: De manhã, no carro, a caminho do trabalho e depois de termos deixado as miúdas na creche. Eu: “Blá, blá, blá, blá, blá (banalidades várias)” Eu: “Blá, blá, blá, blá, blá (coisas do dia a dia várias)” Eu: “Blá, blá, blá, blá, blá (assuntos domésticos vários)” Eu: “Blá, blá, blá, blá, (...)
Ao fim da tarde, em casa, com a Maria ao colo, tenho a seguinte conversação com o Milton: Eu: “Quando pegas na Maria ao colo não sentes muitas borboletas na barriga?” Ele: “Não. Sinto é muitas dores nas costas.”
Estamos a lavar a loiça e a arrumá-la na cozinha. Como habitualmente eu falo sobre um assunto qualquer. O Milton deve estar particularmente cansado porque, durante toda a conversa, as únicas respostas dele são um arquear de sobrancelhas ou um torcer de nariz. Seguidos. Durante a conversa toda é a cara dele a acenar que sim e a repuxar daqui e dali em resposta.
À noite, já com as miúdas deitadas, começamos a ver uma comédia francesa.
Eu:
“Gosto muito de cinema francês. Acho que é o meu “tipo” de cinema preferido.
E o teu qual é?”
Ele:
“O meu “tipo” de cinema preferido é o Bom.”